Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Planalto já estuda novas ações para acelerar economia

Ideia do governo é usar medidas para ampliar crédito a empresas e frear queda nas vendas de automóveis

De acordo com IBGE, vendas do comércio varejista cresceram apenas 0,2% em março ante fevereiro

VALDO CRUZ
GUSTAVO PATU
DE BRASÍLIA

Novos sinais de desânimo na economia acenderam o sinal amarelo no Planalto e o governo já estuda medidas adicionais para reativar o crescimento.

Segundo a Folha apurou, estão em análise ações para ampliar o crédito destinado a empresas. Um dos focos é o setor automotivo, que está vendendo menos do que no ano passado.

A ideia é usar os bancos públicos (BNDES, Banco do Brasil e Caixa) para impulsionar o mercado de crédito.

Dados indicando um ritmo fraco da economia, a despeito da queda de juros e das desonerações tributárias promovidas neste ano, levaram a presidente Dilma Rousseff a chamar anteontem o ministro Guido Mantega (Fazenda) para uma reunião sobre os cenários doméstico e externo.

Dentro do governo, há quem defenda até aumentar os gastos públicos e reduzir o aperto fiscal para estimular o consumo e o investimento.

Segundo integrantes do governo, no entanto, a medida só será adotada num "caso extremo": se, por exemplo, a atual estagnação persistir no segundo semestre.

Nas palavras de um assessor, seria uma providência para um cenário de "luz vermelha". No momento, diz-se, está acesa a amarela.

CONSENSO

Os indicadores divulgados nos últimos dias consolidaram o consenso de que o crescimento da economia no primeiro trimestre, a ser divulgado em duas semanas, será mais fraco do que se imaginava -e o resultado final de 2012 também não será nada animador.

Mesmo o governo, que tradicionalmente busca transmitir otimismo, já começou a desembarcar da previsão oficial de expansão de 4,5%. Prepara-se o terreno político para algo mais perto de 3%.

Nem setores que sempre produziram boas notícias encorajam projeções favoráveis.

O IBGE divulgou ontem que as vendas do comércio varejista cresceram só 0,2% em março ante fevereiro -mês em que a taxa foi zero.

"Esperava-se crescimento mais forte e a economia brasileira não vem deslanchando nesse início de 2012", disse o pesquisador do IBGE, Reinaldo Pereira.

O Ministério do Trabalho informou que, embora o mercado de trabalho continue criando vagas com carteira assinada, a oferta de empregos não tem o mesmo vigor.

No primeiro quadrimestre, o número de empregos formais (excluídos servidores públicos com estabilidade no cargo) passou de 37,9 milhões para 38,6 milhões.

A alta de 1,85% é pequena frente às taxas de 5% dos últimos anos.

Além disso, nesta semana, a Serasa mostrou que a ofensiva oficial pela queda dos juros pode não ser suficiente para elevar a procura por crédito. Com a renda crescendo em marcha lenta e a inadimplência em alta, consumidores evitam novas dívidas.

Colaboraram DENISE LUNA, do Rio, e PRISCILLA OLIVEIRA, de Brasília

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.