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Empresário diz que não vai brigar com governo

DE BRASÍLIA

O empresário Joesley Batista disse à Folha duvidar que a presidente Dilma Rousseff esteja inclinada a declarar a inidoneidade da construtora Delta, cujo controle foi assumido pelo grupo familiar do qual ele faz parte.

Ele afirmou que não pretende lutar contra o Palácio do Planalto e admitiu a hipótese de não consumar a compra da construtora e até liquidar a empresa se sua sobrevivência se tornar inviável.

Presidente da holding J&F, que assumiu a gestão da Delta há duas semanas, Batista compara a uma "autópsia" a investigação em curso na Controladoria-Geral da União, que pode levar a Delta a ser declarada inidônea.

"Não cabe nem ao governo nem a mim querer que ela [a Delta] seja uma coisa ou outra. Já foi. Ela já é. Isso não muda o passado. Estamos fazendo uma autópsia", disse.

"Não acredito nem que o governo tenha vontade de torná-la [a Delta] inidônea nem de não a tornar. Vontade não muda a história. O que existe é um dever de investigá-la", afirmou Joesley.

Para mitigar o desconforto provocado pelas declarações do irmão José Batista Júnior, que afirmou à Folha que o governo deu aval à negociação de compra, Joesley disse: "Não vou lutar para ela ser inidônea ou idônea. Jamais existe a possibilidade de brigar com o governo. Ninguém pode brigar com cliente".

Ele nega ter tido aval do governo. "Teve muita confusão. É um negócio simples, de duas empresas privadas, e a imprensa criou a ideia de que alguém tinha me mandado fazer, que estou querendo me meter na CPI, salvar alguém."

O empresário disse que não pretende recorrer contra o rito adotado pela CGU na investigação, mas frisou que ainda não sabe se comprará mesmo a Delta. "Vamos gerir [a empresa] para o que for", disse. "A história de comprar ou não vai ser no futuro, se a gente achar que tem viabilidade. Se não tiver, não compra."

(CÁTIA SEABRA)

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