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Eleições 2012

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Lula admite volta em 2014 para barrar PSDB

Petista afirma na TV que, se Dilma não se candidatar, ele se lança para não permitir a volta de um tucano à Presidência

Em tom de campanha, ex-presidente levou ao "Programa do Ratinho" o ex-ministro Haddad, pré-candidato em SP

SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem pela primeira vez que, caso Dilma Rousseff não tente a reeleição, será candidato em 2014 para evitar a volta de um tucano ao comando do país.

Lula apareceu ontem ao lado do pré-candidato do PT à prefeitura paulistana, Fernando Haddad, no "Programa do Ratinho", do SBT.

Com a voz fragilizada, Lula foi entrevistado por 44 minutos, em dois blocos.

No final, Ratinho questionou Lula se ele voltaria a disputar uma eleição presidencial caso Dilma desistisse de tentar a reeleição. O petista rechaçou a ideia, mas, diante da insistência do apresentador, respondeu:

"A única hipótese é se ela [Dilma] não quiser. E eu não vou permitir que um tucano volte à Presidência do Brasil".

Apesar disso, Lula disse ainda acreditar que, "com certeza, Dilma vai chegar muito forte" e que será "cabo eleitoral para reelegê-la".

Em tom eleitoral, Ratinho abriu espaço para Lula defender a candidatura de Haddad, que na etapa final foi chamado pelo apresentador a participar da conversa.

O ex-presidente aproveitou para lançar mão do discurso do PT de que seu candidato representa o novo. "Achava que era o momento de apresentar uma coisa nova para São Paulo. O prefeito de São Paulo quando começa a nascer e, qualquer que seja ele, já nasce um pouco velho. (...) São Paulo tem que ter alguém que tenha o entusiasmo que ele teve quando era ministro."

Ratinho ainda fez duas perguntas para que o pré-candidato petista falasse sobre saúde e educação municipal e exibiu um vídeo no qual uma estudante de medicina apareceu elogiando o Prouni (Programa Universidade para Todos), programa lançado na gestão de Haddad no MEC.

O procurador regional eleitoral de São Paulo, Pedro Barbosa Pereira Neto, disse que, em tese, a fala de Lula pode ser caracterizada como propaganda antecipada.

Segundo Pereira Neto, o pedido de voto não precisa ser feito explicitamente para acarretar punição. A multa mínima é de R$ 5.000 e, nesse caso, poderia ser aplicada a Haddad, a Lula e ao SBT.

O pré-candidato, se eleito, poderia responder a processo pelo abuso, e ficaria sujeito à cassação do mandato.

CPMF

O momento mais exaltado da conversa foi quando Ratinho questionou Lula sobre como melhorar a saúde do país. O petista a derrubada da CPMF (imposto do cheque) no Senado.

"Saúde precisa de dinheiro. Quando a oposição derrubou a CPMF me tiraram R$ 40 bilhões por ano para aplicar na saúde. Por vingança, me tiraram a CPMF."

O petista também falou longamente sobre seu tratamento contra o câncer de laringe. Disse que tem feito sessões de fisioterapia diárias e que "tomou dois tombos" por conta de uma paralisia na perna esquerda.

Lula chegou a se emocionar ao relatar os efeitos das sessões de quimioterapia e radioterapia. "Hoje estou com minha garganta estourada", disse. "Esse terno aqui comprei quando estava internado no hospital, preparando para pôr no caixão, porque não ia com terno velho."

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