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Dilma quer ações coordenadas para estimular economia

Equipe econômica vai acelerar estudos de medidas na área tributária e tomar iniciativas para incentivar investimento

Ordem é que governo trabalhe para que país cresça acima de 3%, mas assessores avaliam marca como improvável

VALDO CRUZ
NATUZA NERY
SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

Em reação ao baixo resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre, a presidente Dilma Rousseff orientou a sua equipe, segundo assessores, a desencadear uma ação coordenada para estimular a economia e evitar que o crescimento em 2012 seja menor que 3%.

De acordo com auxiliares, Dilma determinou que o governo "não deve jogar a toalha" e aceitar como "fato consumado" que o PIB crescerá o mesmo que no ano passado (2,7%) diante do crescimento de apenas 0,2% registrado de janeiro a março.

A ordem do Palácio do Planalto é trabalhar para que a economia cresça acima de 3% no ano, mas assessores avaliam como praticamente impossível atingir essa marca. A expectativa de técnicos é que o crescimento fique mesmo próximo ao de 2011.

Isso porque, apesar da melhora esperada entre abril e junho, o segundo trimestre ainda será um período de crescimento mais baixo. E, nas estimativas da equipe econômica, entre julho e dezembro, o país estará crescendo numa velocidade de 4% a 4,5% anualizados -o que não será suficiente para fazer o PIB fechar o ano acima de 3%.

INVESTIMENTOS

Na ação coordenada solicitada pela presidente Dilma, a equipe econômica vai acelerar estudos de medidas no campo tributário -como incluir novos setores na desoneração da folha de pagamento e fundir a Cofins e o PIS- e tomar iniciativas para incentivar principalmente o investimento.

O desempenho negativo dos investimentos nos primeiros meses do ano foi o que mais incomodou a área econômica do governo.

Na segunda-feira, o BNDES, dentro deste espírito, vai anunciar reformulações em suas linhas de crédito, cortando juros e alongando prazos de empréstimos com foco no investimento.

Dentro do governo, a avaliação agora é que, na conjuntura atual, não basta estimular o consumo para o país crescer acima de 4%. Para atingir marcas acima disso, o país terá de passar por um ciclo mais forte de investimentos no setor produtivo.

Por outro lado, o "péssimo" resultado do PIB no primeiro trimestre, mais fraco do que a própria equipe econômica previa, cria condições concretas, na avaliação de assessores, para a taxa de juros encerrar o ano abaixo de 8% -pelo menos entre 7,75% e 7,5%. A taxa está atualmente em 8,5% ao ano.

SUPERAVIT PRIMÁRIO

Sobre as medidas que o governo estudar adotar, a orientação do ministro Guido Mantega (Fazenda) é tomar iniciativas pontuais, sem recorrer a ações "extremas" neste momento, como a redução da economia feita para o pagamento de juros, o superávit primário, para aumentar os gastos públicos.

A equipe econômica do governo avalia que, primeiro, é preciso aguardar o impacto de todas as medidas já adotadas desde o início do ano, a fim de evitar errar na mão e comprometer outras estratégias do governo -como seguir reduzindo a taxa básica de juros e manter a inflação sob controle.

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