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Cachoeiragate

Grupo irrigou eleição de Perillo, diz jornalista

Integrante da campanha do tucano afirma que recebeu parte do pagamento de empresa fantasma abastecida pela Delta

Governador de Goiás diz que afirmações são 'mentirosas e irresponsáveis' e que vai processar jornalista

DE BRASÍLIA
DO ENVIADO A GOIÂNIA

Parte do dinheiro movimentado pelo esquema do empresário Carlinhos Cachoeira pode ter sido usado para abastecer as campanhas do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e de um de seus aliados, o deputado estadual Iso Moreira (PSDB).

O jornalista Luiz Carlos Bordoni, que trabalhou para a campanha de Perillo em 2010, afirma que parte de seus serviços foi quitada por meio de um depósito de R$ 45 mil na conta de sua filha.

O montante veio da empresa-fantasma Alberto e Pantoja, segundo ele disse em reportagem publicada ontem pelo "O Estado de S. Paulo".

A Alberto e Pantoja, de acordo com as investigações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo, foi criada pelo grupo de Cachoeira para receber depósitos da empreiteira Delta.

O nome de Bordoni não aparece na prestação de contas da campanha do tucano, segundo registros da Justiça Eleitoral. Já a empresa à qual o jornalista diz ter se associado para prestar os serviços recebeu R$ 33,3 mil.

Segundo a versão de Bordoni, o pagamento da dívida foi negociado com Lúcio Gouthier, assessor de Perillo.

Os telefones celulares de Bordoni e de sua filha, Bruna, estavam desligados ontem. No escritório onde ele trabalha, a informação foi a de que estava viajando.

O governador tucano é alvo da CPI devido a suspeitas que recaem sobre a relação dele e de integrantes de seu governo com o grupo de Carlinhos Cachoeira.

Outra campanha que pode ter recebido dinheiro de Cachoeira foi a de Iso Moreira, segundo a PF.

O parlamentar é um dos líderes da tropa de choque montada para proteger Perillo em CPI instalada na Assembleia Legislativa de Goiás para investigar a atuação de Cachoeira no governo.

Um laudo da PF sobre as movimentações bancárias de um dos principais auxiliares de Cachoeira, Valmir José da Rocha, revela depósito de R$ 50 mil, no dia 17 de setembro de 2010, na conta da empresa Super Posto Brasil, de propriedade do deputado.

Duas semanas depois, a Super Posto depositou a mesma quantia na conta da campanha de Moreira. O deputado está em seu terceiro mandato na Assembleia e sempre foi próximo do governador.

Perillo deve ir depor na CPI do Cachoeira no próximo dia 12. Nessa semana, a agenda da comissão está direcionada para investigar o tucano.

O PT marcou os depoimentos da ex-chefe de gabinete do governador, que caiu após aparecer em grampos da PFMonte Carlo, e de três pessoas envolvidas na compra de uma casa de Perillo -que a PF diz ter sido paga por Cachoeira.

Ontem, o PT voltou a defender a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Perillo. Na última reunião da CPI, os petistas tentaram aprovar a quebra, mas recuaram perante a possibilidade de terem de fazer o mesmo com outro governador, Agnelo Queiroz (PT-DF).

(BRENO COSTA E FERNANDO MELLO)

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