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Cachoeiragate

Gravações da PF sugerem que casa de Perillo custou R$ 500 mil a mais

Assessor ligado a negócio feito por governador pede demissão

BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

Conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal apontam que a venda da casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), envolveu o pagamento de R$ 500 mil a mais do que o R$ 1,4 milhão da escritura.

Os áudios indicam que o valor a mais foi entregue a Lúcio Fiuza, assessor de Perillo. Fiuza pediu exoneração ontem por "razões particulares". Os áudios não deixam claro se os R$ 500 mil chegaram ao governador.

Caso isso tenha acontecido, o tucano teria recebido R$ 1,9 milhão pela casa -e não R$ 1,4 milhão, como afirma.

A tentativa de explicar a venda da casa, na qual o empresário Carlinhos Cachoeira morava quando foi preso, tem dominado as atenções da CPI.

A PF suspeita que Cachoeira tenha sido o verdadeiro comprador. Na escritura, aparece uma empresa administrada por Walter Paulo Santiago, dono de uma faculdade de Goiânia e amigo de Cachoeira. O negócio foi registrado em cartório no dia 13 de julho de 2011.

Segundo Perillo, a compra foi quitada com três cheques, os quais ele já havia descontado anteriormente, entre março e maio daquele ano.

Os cheques foram repassados por Wladimir Garcez, assessor de Cachoeira apontado como intermediário da compra, que os obteve por meio de ex-diretor da Delta.

Os áudios da PF foram gravados um dia antes do registro da compra, em 12 de julho. São pelo menos nove conversas. Numa delas, às 11h35, Garcez avisa a Cachoeira que estava a caminho da casa de Santiago com Fiuza, onde receberiam R$ 2,1 milhões.

"Dá só os 500 [mil] na viagem aí pro doutor Lúcio. E já fala pro doutor Lúcio pegar os 100 [mil] também, viu? É 2 [milhões] e 100 [mil], viu?", diz Cachoeira.

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