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Cachoeiragate

Perillo diz que é perseguido por causa do mensalão

Tucano afirma à CPI que acusações contra ele se referem a 'ódio' político

Em 8 horas de sessão, governador negou relação próxima com Cachoeira e fez ataques velados a políticos

DE BRASÍLIA

Em um dos depoimentos mais aguardados da CPI do Cachoeira, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), fez ontem ataques velados, reafirmou sua defesa em relação às suspeitas que pesam contra ele e disse ser perseguido por ter avisado o ex-presidente Lula do mensalão.

A sessão durou mais de oito horas e começou em um tom ameno, mas evoluiu para a gritaria e o bate-boca.

Suspeito de ter vendido uma casa para o empresário Carlinhos Cachoeira e de abrigar indicados dele em seu governo, o tucano afirmou que Cachoeira tinha "livre trânsito com políticos" de Goiás,.

No entanto, Perillo não se incluiu no grupo e disse que os raros encontros e conversas que teve com Cachoeira foram com o "empresário", não com o "contraventor".

O tucano mencionou que vários senadores "gostavam" de participar de jantares na casa de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) -suposto operador político de Cachoeira.

O governador também sugeriu que a CPI investigasse "conchavos" de empreiteiras em outros Estados.

Segundo Perillo, governos que o antecederam, do PMDB e do PP, pagaram mais à Delta, construtora também foco da CPI, do que o seu.

"Enquanto outros cobram propinas, enquanto outros fazem licitações fraudulentas com sobrepreço, enquanto outros fazem esquemas em licitações, lá em Goiás eu sou acusado de ter vendido uma casa, dentro da lei", afirmou.

A CPI investiga a venda do imóvel dele -concretizada com cheques saídos de uma empresa ligada a Cachoeira.

Ontem, Perillo repetiu não saber quem era o emitente dos cheques. Com isso, a transação, que já tem ao menos quatro versões, ainda não foi elucidada.

E, apesar de dizer que não falaria do mensalão, afirmou que sofre perseguição por, segundo diz, ter avisado Lula sobre esquema.

"Nunca imaginei na minha vida que o fato de eu ter dado um aviso pudesse resultar na minha vida tanto ódio e tanta perseguição", afirmou.

Em uma das poucas novidades levantadas na sessão, o relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), apresentou uma carta anônima entregue ao gabinete do tucano em 2011 sobre a influência de Cachoeira no Detran de GO.

Investigação interna não encontrou irregularidades, disse o governo goiano.

(ANDREZA MATAIS, BRENO COSTA, RUBENS VALENTE E ERICH DECAT)

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