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Depois de pressão de lulistas, relator sobe o tom contra tucano

CATIA SEABRA
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA

Morna das 10h30m às 16h, a temperatura da CPI subiu após intervenção de emissários do ex-presidente Lula e do Palácio do Planalto.

Após pressão de petistas -que lhe enviavam mensagens via celular- o relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), passou a levantar a voz durante o depoimento de Perillo.

Na véspera, Odair havia sido orientado por interlocutores ligados ao Planalto a fazer perguntas que levassem o tucano a deixar a comissão "menor do que entrou".

A estratégia foi referendada numa reunião convocada pelo presidente do PT, Rui Falcão, na noite de segunda-feira. Ao longo da sessão, Odair e assessores foram bombardeados por petistas que reclamavam até do fato de ele ler um questionário sem contestar o governador.

De São Paulo, lulistas enviavam suas queixas a aliados de Odair por celular.

Pouco antes das 16h, Odair prometeu a petistas uma "virada de mesa". Foi então que, contrariando seu estilo pessoal, o relator, que já tinha feito 89 perguntas, provocou tumulto ao sugerir que Perillo abrisse mão do sigilo telefônico. "Que vergonha!", reagiu o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), da tropa de choque de Perillo.

"Ele está aqui como investigado", disse Odair, causando gritaria da oposição. Depois reconheceu que o governador falava como "testemunha". "Não vejo na condição de ex-deputado, ex-senador, de governador, justificativa fundamentada para a quebra do meu sigilo", reagiu Perillo.

Odair disse que questionará em igual intensidade o governador Agnelo Queiroz (PT-DF), que será ouvido hoje.

O deputado negou que Lula ou emissários tenham conversado com ele e disse que sua mudança de comportamento ocorreu devido à sensação de que havia um falso entendimento de que Perillo já havia explicado tudo.

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