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Cachoeiragate

Policiais temem que Justiça anule operação

Juiz que adiou o julgamento da Monte Carlo já votou por arquivamento de outro inquérito após denúncia anônima

Se isso acontecer, o empresário Carlinhos Cachoeira e todos os demais presos terão de ser libertados

FELIPE SELIGMAN
LEANDRO COLON
DE BRASÍLIA

Autor do pedido que adiou o julgamento sobre a legalidade das escutas telefônicas da Operação Monte Carlo, o juiz federal Cândido Ribeiro já votou a favor de arquivar um outro inquérito ao dizer que trata-se de "constrangimento ilegal" utilizar apenas denúncia anônima para iniciar investigação criminal.

Por isso e por outras decisões do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, investigadores da Polícia Federal e do Ministério Público já trabalham com grande possibilidade de derrota na corte.

Avaliam que a composição da turma que julgará o tema é favorável ao voto que o relator do caso, Tourinho Neto.

Ao votar anteontem um pedido da defesa de Cachoeira, Tourinho Neto considerou todas as provas ilegais, argumentando que foram insuficientes as justificativas do juiz de primeira instância ao autorizar as escutas.

A turma é composta por Tourinho, Cândido Ribeiro e o juiz convocado Marcos Augusto Souza. Com o voto do relator, basta outro nesse sentido para que as escutas envolvendo Carlinhos Cachoeira sejam declaradas ilegais.

Segundo um dos investigadores, se o TRF anular as gravações, a Operação Monte Carlo "acabou". O Ministério Público poderia recorrer ao Superior Tribunal de Justiça, mas enquanto isso Cachoeira e os demais presos seriam soltos e tudo o que envolve a operação -ação penal contra o grupo, inquérito contra o senador Demóstenes Torres (GO) e a própria CPI- poderia ser considerado nulo.

Ministros do Supremo Tribunal Federal disseram à Folha que essa decisão não anula todos os desdobramentos da Monte Carlo, mas abre espaço para que advogados entrem com pedidos neste sentido com chances de êxito.

Caso as provas sejam invalidadas, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro pedirá o arquivamento do processo contra seu cliente Demóstenes Torres (GO) no Conselho de Ética, que pode levar à cassação do senador.

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