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Cachoeiragate

Empresa ligada a advogado de Perillo ganhou verba em GO

Liberação de R$ 3,3 mi ocorreu um dia antes de tucano depor na CPI do Cachoeira

Advogado disse que não atuava na empresa e que nunca tratou de assunto relativo a ela com o governador

BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

Uma empresa que tem como sócio o irmão do advogado do governador Marconi Perillo (PSDB-GO) obteve uma liberação de R$ 3,3 milhões do governo goiano no dia 11, véspera do depoimento do tucano na CPI do Cachoeira.

O próprio advogado de Perillo, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, tinha, até duas semanas atrás, 7,5% das ações da Data Traffic S/A, que atua com radares eletrônicos.

Kakay disse à Folha ter vendido sua participação -avaliada em R$ 2,5 milhões- para o irmão Marcos de Almeida Castro, que detinha outros 7,5%. Além deles, Cezar Rubens de Figueiredo, amigo e sócio do advogado em um empreendimento imobiliário, também tem 7,5%.

Requerimento pela quebra dos sigilos da empresa (como bancário e telefônico) foi aprovado na CPI em maio.

Escutas da PF indicam a realização de reuniões entre representantes da empresa e integrantes do grupo de Cachoeira -não há indícios de participação de Almeida Castro.

Perillo é um dos alvos da CPI, que investiga sua relação com o grupo de Cachoeira.

Os empenhos -espécie de garantia de pagamento- do governo de Goiás para a Data Traffic decorrem de contratos com a Agetop (Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas). São três, no valor de R$ 70,1 milhões.

Todos foram assinados uma semana antes de Perillo tomar posse no governo e são para operação de radares.

A Data Traffic é a empresa que mais recebeu pagamentos da Agetop neste ano.

Todos os repasses ocorreram a partir de 16 de março -após a deflagração da Operação Monte Carlo, quando surgiram suspeitas de ligação de Perillo com Cachoeira.

Questionado sobre como paga pelos serviços do advogado, Perillo disse que "oportunamente a questão dos honorários será resolvida".

OUTRO LADO

O advogado Almeida Castro disse que nunca participou do dia a dia da Data Traffic ou foi à sua sede. Afirmou que nunca tratou de assuntos da empresa com Perillo e que vinha tentando vender sua cota desde 2011.

Sobre os honorários, disse que nunca cobrou nada em outros processos em que atuou para Perillo, de quem é amigo há 25 anos. Neste caso, contudo, pretende cobrar.

O governo de Goiás disse que Perillo não sabia que o advogado era sócio da empresa. Afirmou que o contrato e sua execução são aprovados pelos órgãos de controle.

Luiz Castro, da Data Traffic, disse que aguardava a liberação de um "empenho complementar" para 2012. Sobre citações na Monte Carlo, nega irregularidades.

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