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Análise

PIB deve acelerar no 2º semestre, mas dificilmente chega a 2,5% no ano

BRÁULIO BORGES
ESPECIAL PARA A FOLHA

O Banco Central divulgou sua nova projeção de crescimento do PIB em 2012. A expectativa agora é de que cresça 2,5% no ano, ante os 3,5% esperados anteriormente.

A despeito da forte revisão para baixo, esse novo número ainda assim parece otimista, pois embute uma aceleração expressiva da atividade econômica no 2º semestre.

Após avançar 0,2% (0,8% em ritmo anualizado) no 1º trimestre e cerca de 0,7% (de 3% a.a.) no 2º trimestre (estimativa da LCA), o PIB teria de acelerar para uma expansão trimestral de 2,1% (quase 8,5% a.a.) no 3º e 4º trimestres para que o crescimento em 2012 chegasse a 2,5%.

É razoável esperar uma aceleração da atividade na segunda metade do ano, reflexo das medidas de estímulo implementadas desde 2011. Mas ainda há muitos ventos contrários que deverão impedir que a economia brasileira alce voo num ritmo chinês nos próximos trimestres.

Destaco a elevada incerteza com relação à crise europeia (que mantém os empresários relutantes para realizar investimentos) e a evolução da Argentina, que vem passando por pouso forçado (após crescer 8% a.a. em média após o default, em 2001).

Nesse quadro, parece ser pouco provável que a economia consiga apresentar crescimento em 2012 próximo ou superior aos 2,7% de 2011.

O lado bom é que há espaço para que o BC siga reduzindo a Selic, uma vez que os riscos inflacionários para o biênio 2012/13 estão diminuindo, já que o país terá avançado, por dois anos seguidos, num ritmo muito abaixo do seu potencial de crescimento, estimado em pouco menos de 4% a.a.

BRÁULIO BORGES é economista-chefe da LCA Consultores

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