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Superavit no 1º semestre é o pior em dez anos

Balança comercial brasileira foi influenciada por queda de 81% no saldo de junho

DE BRASÍLIA

Com a queda da demanda global em meio à crise, o Brasil registrou no primeiro semestre o menor superavit comercial para o período em dez anos, de US$ 7,07 bilhões.

O resultado foi influenciado principalmente pelo saldo de junho, quando as exportações superaram as importações em somente US$ 807 milhões -uma queda de 81% na comparação com o dado do mesmo mês de 2011.

"Os números de junho acendem uma luz amarela para o comércio exterior brasileiro", afirmou a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.

"Havia uma expectativa de recuperação [da economia internacional] que não aconteceu nesse primeiro semestre", acrescentou.

O resultado pode piorar daqui para frente, já que os embarques de soja, que representam quase 10% das vendas externas do país, já foram quase todos realizados no primeiro semestre deste ano.

"Foram 23,4 milhões de toneladas exportadas até junho, e a projeção é de 30 milhões no ano", apontou José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).

Outro fator que deve afetar a balança comercial no segundo semestre é a queda das cotações do minério de ferro.

"Esperamos uma redução de até 9% nas exportações neste ano", diz Castro.

No semestre, as vendas para a União Europeia, em crise, e para a Argentina, que passou a barrar importações, caíram 7% e 16%.

"A tendência é de importações também menores, e isso pode ser explicado por uma questão estrutural, que é a demanda", disse ontem Alessandro Teixeira, secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, se referindo ao ritmo fraco da atividade econômica do Brasil.

Ele afirmou que o governo começa a desenhar medidas para estimular as exportações, mas não deu detalhes.

(MAELI PRADO)

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