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Valério dirá ao STF que não houve uso de dinheiro público

Defesa do publicitário sustentará que recursos repassados ao PT e a siglas aliadas vieram de empréstimos bancários

Acusado de 'operar o mensalão', ele tem optado pelo silêncio e não deve acompanhar o julgamento em Brasília

LEANDRO COLON
DE BRASÍLIA

Acusado de ser o "operador do mensalão", o publicitário Marcos Valério definiu como será sua defesa na sustentação oral de uma hora que seu advogado terá no STF (Supremo Tribunal Federal).

O tempo será usado para afirmar que não há dinheiro público envolvido no caso e que não está comprovada a compra de votos de parlamentares no Congresso.

Valério é acusado de cinco crimes, entre eles formação de quadrilha e corrupção. O julgamento começa no dia 2 de agosto. Sua defesa, a cargo do advogado Marcelo Leonardo, será a quarta a se manifestar entre os réus.

Ele dirá que os empréstimos de Valério registrados nos bancos Rural e BMG não são fictícios, como diz o Ministério Público.

Segundo Leonardo, sua manifestação não trará novidades em relação ao que já foi apresentado por escrito. Ele repetirá que seu cliente não pode ser condenado pelas provas colhidas na CPI dos Correios e no inquérito da Polícia Federal.

"O Código de Processo Penal diz que só pode condenar com base em provas colhidas em juízo. Portanto, não pode usar provas da CPI, nem do inquérito da PF."

Valério, que tem optado pelo silêncio, não deve ir a Brasília acompanhar o julgamento. "Ele está sério e preocupado", diz o advogado.

Segundo a denúncia, Valério usou duas empresas de propaganda das quais era sócio para receber recursos de órgãos públicos e repassá-los para políticos e partidos aliados do PT entre 2003 e 2004.

Para tanto, acusa a Procuradoria, teria simulado empréstimos que chegam a pelo menos R$ 55 milhões nos bancos Rural e BMG. O intuito seria mascarar o uso de dinheiro público no esquema.

Leonardo deverá dizer que os contratos com órgãos públicos foram executados e que o dinheiro repassado aos políticos saiu só dos empréstimos bancários.

Já a defesa dos ex-sócios de Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, irá afirmar que eles não acompanharam as tratativas com o PT.

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