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BC sinaliza que governo começou a gastar mais

Política fiscal deixou de contribuir para conter a demanda, diz Copom

Comitê deixou a porta aberta para uma redução mais gradual na taxa básica de juros da economia, a Selic

DE BRASÍLIA

Em ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o Banco Central sinalizou que o governo relaxou a sua política fiscal com as medidas de estímulo adotadas nos últimos meses.

O recado veio semanas após o governo anunciar um programa bilionário de compras governamentais e renovar desonerações tributárias para a indústria, num esforço para aquecer a economia.

"O Comitê pondera que iniciativas recentes apontam cenário de neutralidade do balanço do setor público", afirmou o Banco Central no documento divulgado ontem.

Na ata da reunião anterior o BC havia frisado, ao comentar a política fiscal, que "iniciativas recentes reforçam um cenário de contenção das despesas do setor público".

Em relatório, o Bradesco disse que "tal mudança de avaliação embute a expectativa de maior contribuição fiscal como fator de estímulo ao crescimento da economia".

Apesar da mudança no palavreado, o BC disse que mantém a expectativa de cumprimento da meta de superavit primário, de 3,1% do PIB.

Reportagem publicada ontem pela Folha mostrou que a estagnação da economia e da receita tributária já põe em xeque o cumprimento das metas, mesmo sem a aceleração dos investimentos públicos em infraestrutura.

A ata deixou a porta aberta para uma redução mais gradual na taxa básica de juros da economia, na avaliação de analistas. O texto apontou uma redução nos riscos de "eventos extremos", como uma ruptura do euro.

E afirmou que o cenário do comitê do Banco Central para a economia brasileira é de um ritmo mais forte neste segundo semestre. Na semana passada, o BC cortou a taxa básica de juros em 0,5 ponto, para 8% ao ano -no oitavo corte seguido.

(MAELI PRADO)

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