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Procurador ainda estuda saída de ministro

Gurgel avalia possível atraso no julgamento; Toffoli já disse que não se acha impedido

DE BRASÍLIA

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse ontem que não descartou a possibilidade de questionar a participação do ministro José Antonio Dias Toffoli no julgamento do mensalão.

O hoje ministro foi advogado do PT e assessor do ex-ministro José Dirceu na Casa Civil, apontado pela Procuradoria como o chefe da quadrilha do mensalão.

Além disso, sua namorada, a advogada Roberta Rangel, participou da defesa de um dos réus, o ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP).

Gurgel também disse que decidirá o que fazer até hoje. A Folha apurou ser pouco provável que o procurador-geral faça o questionamento.

Isso porque, apesar de já ter dito a interlocutores que é contrário à participação do ministro no julgamento, ele considera que um questionamento formal não deve prosperar no STF.

Para questionar a participação de Toffoli, Gurgel teria de pedir a suspeição do ministro aos outros integrantes do Supremo, que precisariam analisar o caso no plenário.

Essa solicitação pode gerar um mal-estar e, recusada, não vai surtir efeito, atrasando o julgamento e tornando mais difícil a participação do ministro Cezar Peluso, que terá de se aposentar até 3 de setembro, quando faz 70 anos.

Apesar de não ter falado oficialmente sobre o assunto, Toffoli já afirmou que não se considera impedido.

CONDENAÇÃO

Ontem, o senador Pedro Taques (PDT-MT) subiu à tribuna no Congresso para dizer que o ministro deveria se declarar impedido de participar do julgamento pela sua ligação anterior com o PT.

Gurgel também reafirmou que espera a condenação de 36 dos 38 réus. "Eu confio em que o STF decidirá com justiça e a justiça, ao ver do Ministério Público, é a condenação." Em sua alegação final, ele pediu a absolvição de Luiz Gushiken e de Antonio Lamas, por falta de provas.

Para os demais, o procurador-geral disse que "as provas são tão contundentes que falam por si". "No julgamento, [o STF dirá] se certas práticas políticas ainda têm lugar no nosso país ou não."

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