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Análise

Ex-presidente vai testar sua influência real em São Paulo

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

O médico de Lula o liberou para "fazer o que quiser". Lula quer fazer Fernando Haddad prefeito de São Paulo.

A partir de agora estão em teste duas profecias propagadas pelo PT. Primeiro, que um líder nacional pode ter papel decisivo numa disputa local; segundo, que atuando de forma intensa, o petista mais popular do país alavancará o candidato da sigla, até agora empacado nas pesquisas.

Nos últimos 20 anos as eleições em São Paulo nunca tiveram como fator principal a influência de um líder nacional. Maluf, Pitta, Marta, Serra e Kassab se elegeram com pouco ou nenhum apoio federal. Basta rever as eleições de 1996 e 2004.

Em 1996, Fernando Henrique Cardoso era um presidente popular. Ainda assim, o candidato do PSDB, José Serra, não foi ao segundo turno: o vencedor foi Celso Pitta. Em 2004, Lula já estava bem avaliado. Marta era prefeita e tinha tudo para se reeleger. Mas perdeu para Serra.

Os petistas argumentam que nunca houve em anos recentes um líder nacional como Lula disposto a atuar num processo eleitoral local como o da cidade de São Paulo. As pesquisas internas do PT indicariam que quando os eleitores souberem que Haddad é o nome lulista, ele rapidamente iria ao patamar de 20% nas pesquisas -até agora, ficou sempre abaixo de 10%.

Todas essas hipóteses serão testadas nos próximos 30 dias. Se em setembro Haddad viabilizar sua candidatura, sua lulodependência estará cristalizada. E o oposto também vale. Se o haddadismo não vingar, os paulistanos estarão dando um recado ao PT e a Lula: os eleitores de prefeitos às vezes não dão importância a figuras nacionais.

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