Kátia Abreu chama mulher de Cachoeira de mentirosa em CPI

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) afirmou ontem ter sido ameaçada por "pessoas ligadas" a Carlinhos Cachoeira e, durante sessão da CPI que investiga o empresário, xingou a mulher dele, Andressa Mendonça.

Abreu disse que um homem não identificado ligou para seu gabinete no último dia 2 e fez ameaças a ela: "Ela [Abreu] tem que se retratar do que ela disse porque senão nós vamos atrás da cabeça dela", teria dito o homem.

Dias antes, Abreu tinha atacado Andressa Mendonça, que, em encontro com o juiz federal Alderico Rocha Santos, afirmou que a senadora pedia dinheiro a Cachoeira para financiar suas campanhas políticas, segundo a versão do magistrado.

Foi nesse encontro, disse Rocha Santos, que Andressa tentou chantageá-lo, exigindo a libertação de Cachoeira, preso desde de fevereiro, em troca da não publicação de um dossiê contra ele.

"Pelo jeito a bela resolveu ser fera. Tem que tomar cuidado para não ser enjaulada", disse a senadora.

Ontem, em seu depoimento à comissão, Andressa usou o direito de ficar calada e foi dispensada pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Enquanto a mulher de Cachoeira deixava a sessão, Kátia Abreu a xingou de "mentirosa" e "cascateira". Andressa a ignorou.

A mulher do empresário, que só passou à condição de investigada após a suposta chantagem ao juiz, constituiu advogados para defendê-la.

Entre eles está um consultor legislativo do Senado, Cláudio Demczuk. Vital do Rêgo negou ontem que ele tenha relação com a CPI.

Ainda assim, o PPS pediu ao Senado a abertura de processo disciplinar contra o consultor, que não respondeu recados deixados pela Folha.

O policial federal aposentado Joaquim Thomé, apontado como araponga a serviço de Cachoeira, também permaneceu calado ontem.

Hoje, estão marcados os depoimentos da ex-mulher do empresário, Andréa Aprígio, e de Rubmaier de Carvalho -segundo a Polícia Federal, o contador de empresas de fachada de Cachoeira.