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Protesto de sem-terra contra Dilma acaba em confronto em AL

Centenas de manifestantes, maioria de sem-terra, foram barrados a 5 km de inauguração feita pela presidente

Conflito com a polícia ocorreu depois de bloqueio de pistas pelas quais passavam convidados de evento

FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A MARECHAL DEODORO (AL)

Cerca de 250 trabalhadores rurais sem terra foram impedidos ontem de se aproximar de um evento onde estava a presidente Dilma Rousseff, em Marechal Deodoro (AL).

Houve confronto com a Polícia Militar, que dispersou os sem-terra com bombas de gás. Em nota, entidades de luta por terra acusaram o governo federal de "negligência e descaso" com reivindicações de movimentos sociais.

Barrados pela PM a cinco quilômetros do evento, uma inauguração de unidade da Braskem, os sem-terra bloquearam a BR-314 com galhos, impedindo a passagem de autoridades e convidados.

Portando faixas com frases como "Dilma: a pior presidente para a reforma agrária", manifestantes tomaram as pistas e passaram a reivindicar o direito de se aproximar da solenidade.

Vários veículos ficaram retidos no congestionamento, entre eles os do presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Sebastião Costa Filho, e os dos senadores alagoanos Renan Calheiros (PMDB) e Benedito de Lira (PP).

O desembargador desceu do carro para discutir com os manifestantes, que portavam pedaços de pau. Segundo o senador Lira, por pouco o magistrado não foi agredido.

Ainda segundo o senador, o carro do presidente do TJ-AL foi amassado a pauladas.

Com a confusão, tropas de elite da PM alagoana entraram em ação. Tiros de bala de borracha foram disparados e bombas de efeito moral, lançadas em direção aos manifestantes, que recuaram.

A rodovia foi reaberta após 40 minutos e os sem-terra, ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e a outros três movimentos sociais defensores de causas dos trabalhadores rurais, deixaram o local. Ninguém foi preso ou se feriu.

MAIS MANIFESTANTES

Outros 200 manifestantes ligados a sindicatos, instituições federais e ao movimento estudantil também foram barrados, mas não participaram do tumulto. Um grupo de cem pessoas, que chegou às 5h30, conseguiu furar o bloqueio policial, mas foi retido a um quilômetro da fábrica inaugurada ontem.

Em nota conjunta, os movimentos sociais repudiaram a "ação violenta do Estado brasileiro". Segundo as entidades, elas haviam sido informadas que poderiam ficar a 300 metros do evento.

"O governo Dilma continua dando sequência à política de negligência e descaso com as reivindicações dos movimentos sociais", diz a nota.

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