Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Agnelo pagou a PM que ameaçava acusá-lo Em 2008, João Dias recebeu R$ 7.500 do governador; petista diz que iria comprar carro BRENO COSTAFILIPE COUTINHO DE BRASÍLIA O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), pagou R$ 7.500 para o policial militar João Dias Ferreira na mesma época em que o PM ameaçava delatar um suposto esquema de desvio de recursos em convênios do Ministério do Esporte, quando o órgão era comandado por Agnelo (entre 2003 e 2006). Os pagamentos -três cheques de R$ 2.500, com intervalo de cerca de 30 dias entre cada um- constam dos extratos bancários de Agnelo remetidos pelo BRB (Banco de Brasília) à CPI do Cachoeira nesta semana. Os cheques foram descontados por João Dias nos dias 1º de fevereiro, 4 de março e 31 de março de 2008. Agnelo diz que os pagamentos eram referentes a parcelas da compra de um carro usado -negócio nunca concluído, segundo o governador. O advogado do policial disse que ele só se manifestaria após ser formalmente comunicado do teor dos extratos (leia texto nesta página). O início da insatisfação de João Dias e da ameaça de delação do esquema ocorreu a partir da conclusão de uma auditoria do Ministério do Esporte, em janeiro de 2008, na qual foram constatadas irregularidades nos convênios com as ONGs do policial. Nesse momento, o ministério já era então comandado por Orlando Silva, que, na gestão Agnelo, era o número dois da pasta. Ao saber das irregularidades, a Polícia Militar do DF abriu sindicância para investigar a conduta de João Dias. Em abril de 2008, o ministério enviou ofício à PM relatando as irregularidades e anunciando que cobrava o dinheiro repassado às entidades do policial -a Associação João Dias e a Federação Brasileira de Kung Fu. Cinco dias depois, porém, a pasta enviou novo ofício pedindo que o documento anterior fosse desconsiderado. Em outubro de 2011, quando o episódio foi revelado, João Dias disse que o recuo do ministério só ocorreu porque ele ameaçou falar sobre as irregularidades na pasta. A suspeita de desvios chegou a levar à prisão do policial, em abril de 2010. Na investigação, da Polícia Civil do DF, foram encontrados indícios de que Agnelo recebeu propina de R$ 256 mil de João Dias para permitir que R$ 1,99 milhão fosse desviado em convênios com entidades. As suspeitas relativas a Agnelo no Esporte são objeto de inquérito que tramita no Superior Tribunal de Justiça. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |