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Polícia prende grupo ligado a Cachoeira

Para delegado, indícios revelam que o empresário comanda esquema de jogos da prisão

DE BRASÍLIA

A Polícia Civil do Distrito Federal levantou indícios de que o grupo de Carlinhos Cachoeira continuava a operar máquinas caça-níquel, com a participação do empresário de dentro da prisão.

Os indícios levaram a polícia a deflagrar ontem uma operação batizada de Jackpot, que desarticulou casas de jogos e levou à prisão de três pessoas -outras duas ainda estão foragidas.

Entre os presos estavam Raimundo Queiroga e Otoni Olímpio, dois dos três irmãos Queiroga, flagrados em conversas com Cachoeira durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que prendeu o empresário.

"Esse pessoal presta contas a Cachoeira. Existem informes de que Cachoeira comandava os jogos no Distrito Federal. Esses informes são posteriores [à prisão do empresário]. São indícios que deverão ser aprofundados", disse o delegado Henry Lopes.

Segundo ele, as pistas foram levantadas em testemunhos e denúncias anônimas. O inquérito é sigiloso.

Na ação foram apreendidas 80 máquinas em sete casas de jogos de Brasília, além de dinheiro, cheques e um cofre. Os investigadores estimam que cada casa faturava R$ 10 mil por dia.

"A logística é similar de quando eles atuavam em Goiás, com as mesmas máquinas e funcionários", disse Lopes.

De acordo com ele, o grupo deixou de atuar em Goiás depois da Monte Carlo e se transferiu para Brasília, onde os clientes moravam.

A Jackpot descobriu também "vales" dados aos apostadores que não tinham mais dinheiro e queriam continuar jogando. Eles eram até buscados em casa pela quadrilha, afirma a polícia.

Cachoeira está preso sob a acusação de comandar um esquema de jogos ilegais e corrupção de agentes públicos. A operação de ontem deve tornar mais difícil sua libertação, pedida à Justiça várias vezes por seus advogados.

No mês passado, a mulher do empresário, Andressa Mendonça, se explicou à PF pela suspeita de achacar o juiz que cuida da ação penal decorrente da Monte Carlo para conseguir um habeas corpus favorável a Cachoeira.

OUTRO LADO

O advogado do empresário, Nabor Bulhões, disse que a suspeita da Operação Jackpot é uma "especulação desvairada". "Ele não pode responder por atos de outros. Ele não mantém contatos com essas pessoas, está preso e preocupado com os processos que responde."

O advogado de Queiroga e Olímpio, Leonardo Gagno, disse que eles são inocentes e estão colaborando com a polícia. Ambos já tinham sido presos na Monte Carlo.

"Os meus clientes não são proprietários de casas de jogos e não têm nenhuma relação com jogos em Brasília. Eles pararam de mexer com jogos", afirmou.

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