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Análise

Pós-TV, efeito Lula funciona somente na disputa em SP

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

A rodada de pesquisas Datafolha em seis capitais expõe a limitação do poder midiático-eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de ele ter se dedicado a levantar as campanhas de seus candidatos a prefeito em várias cidades, o efeito até agora só veio em São Paulo -e de forma moderada.

Ainda assim, não há como saber se o candidato a prefeito paulistano pelo PT, Fernando Haddad, pulou de 8% para 14% apenas mais por causa dos abraços de Lula na TV ou se foi somente uma decantação natural do voto petista, que sempre teve um nome entre os favoritos na cidade nos últimos 20 anos.

O levantamento do Datafolha também guarda algumas similaridades com a disputa de 2008 na cidade. Haddad tem hoje os mesmos 14% que o vencedor de quatro anos atrás, Gilberto Kassab, tinha nessa mesma época.

Já José Serra (PSDB) pontua 22% e fica dois pontos atrás dos 24% de Geraldo Alckmin nesse período em 2008. Há quatro anos, o candidato tucano ficou fora do segundo turno. Para evitar desfecho semelhante, Serra depende do encolhimento de Celso Russomanno (PRB) ou da interrupção do crescimento de Haddad.

Em outras duas capitais relevantes nas quais o PT tem esperança de vitória, os candidatos de Lula não estão bem. No Recife, Humberto Costa ficou ao lado do ex-presidente em suas propagandas na TV, mas derrapou de 35% para 29%. Em Belo Horizonte, o petista Patrus Ananias só registrou uma oscilação positiva, dentro da margem de erro, de 27% para 30%.

No Recife e em Belo Horizonte, valeu mais até agora o apelo de líderes regionais e que podem ser adversários do PT no plano nacional em 2014. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, lançou para prefeito um nome desconhecido: Geraldo Julio. Em pouco mais de um mês, pulou de 7% para 29%.

Na capital mineira, o prefeito Márcio Lacerda, do PSB, concorre à reeleição. Além do apoio de Eduardo Campos, ele é bancado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), citado como primeira opção dos tucanos para concorrer ao Planalto em 2014. Nos últimos dez dias, Lacerda oscilou de 44% para 46%, com chances de liquidar a disputa no primeiro turno.

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