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Eleições 2012

Aliados de Serra usam 'medo' contra Russomanno

Deputado diz que legado de tucano na cidade pode sumir 'em seis meses'

Candidato afirma ser alvo de campanha difamatória em ônibus e volta a prometer que cumprirá o mandato

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

Em ato de campanha, aliados de José Serra (PSDB) afirmaram ontem ter medo de que uma eventual vitória de Celso Russomanno (PRB), líder na corrida à Prefeitura de São Paulo, ponha em risco o legado do tucano na cidade.

O candidato disse ser alvo de uma onda de boatos para convencer o eleitor de que ele, se eleito, não cumprirá os quatro anos de mandato.

A sombra de Russomanno pairou sobre os discursos que precederam a fala de Serra em encontro do tucano com jovens apoiadores, numa casa de espetáculos na zona sul.

"Fico muito preocupado quando vejo, por exemplo, um Russomanno. Que experiência administrativa o cara tem? De repente, esse trabalho do PSDB é jogado fora", disse o empresário Paulo Amorim, anfitrião do evento.

"Como amante de São Paulo, eu realmente tenho muito medo disso. Muito medo."

O coordenador da campanha, deputado Edson Aparecido (PSDB), disse que ações do tucano estão em risco.

"Coisas que o Serra fez na prefeitura agora podem se perder em pouco mais de seis meses, dependendo de quem dirigir a cidade", afirmou.

Serra acusou adversários de espalhar pessoas em ônibus para afirmar que ele, se eleito, deixará a prefeitura para concorrer a outro cargo público, como fez em 2006.

"Esse pessoal tá fazendo propaganda nos ônibus. Tem adversários com capacidade para botar gente dizendo: 'Olha, o Serra vai largar'. É uma coisa insidiosa que se espalhou pela cidade, inclusive em bairros em que a gente sempre ganha", disse.

"Já fui duas vezes candidato a presidente, não vou concorrer de novo. Prefiro ficar aqui no município", afirmou.

Em seguida, ele disse que, se eleito prefeito, só pensará em outras metas depois de 2016, quando terá 74 anos.

"Se eu for muito bem, depois do mandato quem sabe o que a vida vai reservar. Mas esses quatro anos a gente vai levar direitinho", afirmou.

Mais tarde, em entrevista, Serra disse que a campanha de boatos nos ônibus seria movida por mais de um adversário. "Não é apenas uma candidatura não."

Ele admitiu a possibilidade de falar sobre o assunto na propaganda de rádio e TV. "Vamos ver. Tá bom? Não discuto estratégia de horário eleitoral com a imprensa, desculpe."

Ao responder aos jovens, Serra cometeu gafe ao perguntar a uma tucana onde fica Cidade Líder, bairro da zona leste próximo a Itaquera.

Ele voltou a citar o episódio dos aloprados, quando foi alvo de um falso dossiê na campanha de 2006, e atribuiu o caso ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT)

"Foi uma invenção organizada pelo Mercadante", disse. Em 2007, o STF (Supremo Tribunal Federal) arquivou inquérito contra o petista por falta de provas.

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