Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Petista vai à Justiça contra procurador-geral

Deputado pede que Ministério Público retire de site referências ao julgamento do mensalão

DE BRASÍLIA

Ex-líder do governo na Câmara dos Deputados, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) entrará com uma ação popular na Justiça até amanhã contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e outros integrantes do Ministério Público Federal.

O petista pede que a Procuradoria retire de seu site todas as referências à ação penal 470, denominação oficial do processo do mensalão, e cobra a investigação por improbidade administrativa.

O motivo da iniciativa é uma cartilha veiculada no site "Turminha do MPF", hospedado na página da Procuradoria-Geral da República.

O site explica ao público jovem detalhes do julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal), incluindo um quadro com os réus e as acusações.

Vaccarezza afirma que a página traz informações "emitindo opinião e já antecipando o julgamento". "A intenção de se influenciar o subconsciente das crianças e adolescentes é evidente", diz.

"Qual seria o interesse público em influenciar crianças e adolescentes a formar um prejulgamento sobre cidadãos que estão ainda sendo processados e apresentando suas defesas em juízo?", questiona o deputado, que já havia entrado com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público.

Vaccarezza requer que os representantes do Ministério Público envolvidos na sua elaboração sejam condenados a "ressarcir ao erário todos os gastos adicionais dispendidos".

O deputado provoca Gurgel ao afirmar que não viu no site da Procuradoria destaque para o caso envolvendo o empresário Carlinhos Cachoeira. Os petistas acusam o procurador-geral de omissão no episódio ao demorar para investigar o contraventor.

"Ora, não se vê no sítio eletrônico do Ministério Público Federal, direcionado a crianças e adolescentes, o mesmo destaque a outro escândalo midiático de corrupção, como, por exemplo, a 'CPI do Cachoeira'", diz a ação.

Procurada pela Folha, a assessoria de Gurgel disse ontem que não se manifestaria.

Apenas reafirmou o que já havia dito, em nota, sobre o caso: o objetivo é "acompanhar o julgamento [do mensalão] para, inclusive, informar o resultado".

(CATIA SEABRA E LEANDRO COLON)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.