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Mensalão - o julgamento

Presidente do PT acusa 'setores da Justiça'

Rui Falcão afirma que mensalão foi golpe patrocinado pela elite com auxílio de setores da imprensa e do Judiciário

Fala ocorre em evento que lançou candidatura do substituto do deputado João Paulo, condenado pelo STF

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE SÃO PAULO

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou ontem à noite em evento do partido em Osasco (Grande São Paulo) que o caso do mensalão foi um "golpe" patrocinado pela elite, que recorreu a setores da "mídia conservadora, passando pelo Judiciário", para derrotar o partido.

Falcão falou por cerca de dez minutos a uma plateia calculada em cerca de 2.000 pessoas em ato que marcou o lançamento do novo candidato do PT à Prefeitura de Osasco (SP).

Jorge Lapas substitui o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT), um dos réus já condenados no caso do mensalão.

Em sua fala, Falcão disse que um "golpe" estaria sendo conduzido por "aqueles derrotados três vezes" nas eleições para a Presidência da República.

"Perdendo na urna, tentam nos derrotar por outros meios. Insistem em nos derrotar e nos destruir", disse Falcão. "Não mexam com o PT, quando o PT é provocado ele cresce, ele reage", acrescentou o presidente da sigla.

Em um discurso duro, ainda citou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Esse gente suja e reacionária não pode tolerar que um operário tenha mudado a realidade desse país", disse.

Ao final do evento, por volta das 21h30, o deputado deixou o local sem falar com a imprensa.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, não quis responder sobre a crítica feita pelo deputado. Preferiu defender a candidatura de Lapas e dizer que a condenação de João Paulo não deve afetar o resultado das eleições.

João Paulo nem teve o nome citado no evento, que reuniu deputados, prefeitos e líderes políticos de Osasco e outras cidades da Grande São Paulo e do interior do Estado.

O próprio candidato a prefeito falou somente em "famigerado problema", sem citar o nome de João Paulo. "Temos de respeitar esse momento dele", disse Lapas.

Não havia em nenhum local do evento panfletos nem outro tipo de publicidade que fizesse referência ao deputado federal.

O PT de Osasco reciclou um jingle de Lula para turbinar a campanha de Lapas.

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