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PDT pede, e tribunal suspende divulgação de pesquisa em Curitiba

Datafolha vai recorrer; proibição caracteriza censura prévia, diz diretor-geral do instituto

DE CURITIBA

O candidato à Prefeitura de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná e conseguiu suspender a divulgação de pesquisa Datafolha, que deveria ocorrer hoje.

O Datafolha vai recorrer da decisão. "Essas proibições caracterizam censura prévia e retiram do eleitorado o direito de receber informações importantes para o entendimento do processo eleitoral", afirmou o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.

Fruet fez o primeiro pedido à Justiça Eleitoral na noite de anteontem, mas a solicitação foi negada por um juiz de primeira instância. Recorreu ao TRE, que proibiu a pesquisa em decisão liminar do juiz Luciano Carrasco.

Advogados de Fruet dizem que o registro da pesquisa no TRE não indica a fonte dos dados para ponderação e estratificação dos entrevistados em relação ao nível econômico e ao grau de instrução.

"Se o instituto não informa a fonte de seus dados, não tem obrigação quanto aos números que vai usar", diz o advogado Gustavo Guedes, para quem falta "transparência" à pesquisa.

Para Mauro Paulino, do Datafolha, a pesquisa é "transparente e correta". "Numa amostra probabilística, como a usada pelo Datafolha, os resultados dessas variáveis serão obtidos de forma natural, da mesma forma que todas as outras variáveis do questionário, como partido de preferência, posição na ocupação etc."

Além disso, diz Paulino, "não há dados oficiais atualizados das duas variáveis com relação ao eleitorado, um universo diferente da população de uma cidade".

O argumento de Fruet é o mesmo que, em 2010, acarretou a proibição de nove levantamentos de intenção de voto para o governo no Paraná.

O juiz Carrasco, responsável por ao menos 4 das 9 proibições de 2010, disse na decisão que é "indiscutível que os números das pesquisas podem influenciar indecisos, impressionando o eleitor".

Carrasco afirmou que o levantamento do Datafolha se revelava "precário" por falta de informações sobre a origem dos dados, o que impossibilitaria "verificação de eventual irregularidade".

(ESTELITA HASS CARAZZAI)

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