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Petista recua e volta a poupar líder em SP

BERNARDO MELLO FRANCO
LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO

Um dia depois de Fernando Haddad (PT) dizer que a eleição de Celso Russomanno (PRB) seria um "salto no escuro", os petistas puxaram o freio de mão e suspenderam as críticas diretas ao líder das pesquisas em São Paulo.

O recuo foi decidido pela cúpula da campanha, em reunião anteontem à noite, e cobrado abertamente pelo ex-ministro José Dirceu, que chamou de "erro primário" antecipar o embate com o rival.

Ontem, Haddad e Lula pouparam Russomanno e miraram em José Serra (PSDB) no primeiro ato público do ex-presidente na campanha.

"Nossa disputa agora, não pairam dúvidas, é com o candidato tucano José Serra", disse Dirceu em seu blog. "Esse erro primário já foi cometido por razões ideológicas em outras campanhas. Não devemos, não podemos e não temos por que repeti-lo."

No ato, que reuniu cerca de 3.000 militantes num sindicato no centro, Haddad atacou Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Ele acusou o "catedrático" FHC de ter tirado verbas da educação e disse que coube ao "operário" Lula devolvê-las. "Cada centavo que foi tirado da educação pelos tucanos, Fernando Henrique e Serra à frente, foi reposto."

O candidato voltou a chamar Serra de mentiroso por suas críticas à promessa do Bilhete Único mensal. "Quando eles vão para Paris, eles acham chique comprar o bilhete mensal", afirmou.

Lula também saiu em defesa da ideia. "Possivelmente as pessoas que estão criticando não sabem o que é um trabalhador não ter R$ 2 ou R$ 3 para visitar um parente doente no fim de semana."

O coordenador da campanha, vereador Antonio Donato (PT), disse que Serra estará fora do segundo turno e terá um "enterro de indigente".

Haddad só criticou Russomanno de forma indireta. Disse que "não abdica" de ter padrinhos políticos e que nunca pulou "de galho e galho", referindo-se às trocas de partido do rival. "Não vamos cair numa ilusão", arrematou.

Antes, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, pediu que os sindicalistas não deixem "a aventura Russomanno chegar a São Paulo".

Ausente, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) foi aplaudido. O apresentador do ato criticou sua condenação no processo do mensalão.

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