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Eleições 2012

Suplente de Marta diz que igreja pautará sua atuação

Vereador Antônio Carlos Rodrigues (PR) vai assumir cadeira no Senado

Apesar de ter formado chapa com petista, ele é contra algumas de suas principais bandeiras, como o casamento gay

CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

Musa do movimento gay e defensora da liberação do aborto, a futura ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT-SP), será sucedida no Senado por um político que advoga opiniões opostas.

Dizendo-se "católico praticante", o vereador Antônio Carlos Rodrigues (PR), seu suplente, é contra aborto, eutanásia e casamento civil entre pessoas de mesmo sexo.

"Sou contra. Homem é homem. Mulher é mulher. Posso perder voto dos gays. Mas sou transparente", afirma.

Questionado sobre a discrepância de seu perfil com o de Marta, Carlinhos, como é chamado, diz que tem sua personalidade. E avisa: "Vou acompanhar a Igreja Católica Apostólica Romana".

Embora declarando-se "voto vencido" quanto ao apoio do PR a José Serra em São Paulo, ele diz que manterá o acordo com o PSDB.

Mas sem deixar de cutucar Serra ao responder se o informara sobre essa posição: "Hoje, não falei. É que acordo cedo. Ele acorda tarde. É difícil falar com ele de manhã". Serra é assumidamente notívago.

Rodrigues se licenciou ontem da Câmara Municipal. Em um breve discurso, disse que, mesmo prestes a assumir a vaga no Senado, concorrerá à reeleição na Câmara paulistana.

Para justificar a manutenção da candidatura, disse que no Senado pode ficar "tanto um como dois dias".

"O Barros Munhoz ficou 35 dias só", lembrou ele, apesar de apostar na longevidade de Marta no cargo porque ela e "Dilma Rousseff combinam". "São iguaizinhas."

Na Esplanada, diz, "não tem moleza com as mulheres". E a "única boazinha" é Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

Rodrigues já traz pronto o argumento para preservar o voto de seu eleitorado, concentrado no extremo da zona sul da capital paulista: "No Senado, vão ver o que vou fazer pela minha região. Vou ser o vereador-senador. Não tenho pretensões de ser candidato a senador", afirma.

Logo depois, entretanto, ele diz que ficará em Brasília: "Eu não volto mais. Disputo para federal a próxima".

O Senado, para ele, "é outro nível".

Carlinhos dispensa enxoval para o novo desafio. Afirma que tem mais de 60 ternos, numerados para evitar repetições.

"Até as cuecas são iguais."

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