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Mensalão - o julgamento

Toffoli diz que compra de votos não foi debatida

Ex-assessor de Dirceu, ministro afirma que STF ainda não comprovou questão

Em seu voto, ele cita o mensalão mineiro e diz que negociações sobre apoio no Congresso são 'próximo capítulo'

DE BRASÍLIA

Num voto que durou 80 minutos, o ministro José Antonio Dias Toffoli fez questão de dividir o julgamento do mensalão no Supremo em duas partes para dizer que até o momento o tribunal apenas comprovou a existência do "valerioduto", mas nada afirmou sobre a compra de apoio político no Congresso.

"Aquilo que a imprensa chamou de mensalão são cenas que assistiremos no próximo capítulo. Ou seja, se os recursos foram utilizados para a compra de votos no Congresso Nacional", disse o ministro, que teve sua participação no julgamento questionada por já ter sido advogado do PT e assessor do ex-ministro José Dirceu.

Sem citar nomes, o ministro fez referência ao esquema conhecido como mensalão mineiro, com diversos personagens semelhantes, mas iniciado durante a campanha do tucano hoje deputado federal Eduardo Azeredo, quando disputou a eleição de 1998 ao governo de Minas Gerais.

"A denúncia logrou comprovar que havia um 'valerioduto', uma tecnologia de movimentação financeira por parte de um grupo proveniente de Minas Gerais, que já havia utilizado essa tecnologia em relação a outros episódios em andamento na Justiça."

Tanto no mensalão do PT como naquele ocorrido em Minas o publicitário Marcos Valério é apontado como operador dos esquemas, por meio de empréstimos fictícios e lavagem de dinheiro.

No voto, Toffoli decidiu modificar seu entendimento jurídico em relação ao crime de lavagem de dinheiro, ao condenar 7 dos 10 réus acusados por esse crime no processo. Ele disse entender que qualquer crime praticado por uma organização criminosa pode servir para a configuração da lavagem de recursos.

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