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Eleição é argumento contra sessão extra no STF

Ideia perdeu força por causa da quantidade de trabalho dos ministros que atuam no TSE

DE BRASÍLIA

As demandas das eleições municipais de outubro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) são os principais argumentos de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) contra a realização de sessões extras para acelerar o julgamento do mensalão.

A ideia era realizar uma quarta sessão por semana para tratar do processo, mas a ideia perdeu força por conta do excesso de trabalho enfrentado pelos ministros que acumulam cadeiras no Supremo e no TSE.

Três deles estão nesta situação: Carmem Lúcia, Marco Aurélio Mello e José Antonio Dias Toffoli

O julgamento do mensalão dura um mês e meio e não há previsão de encerramento.

A menos de três semanas para o pleito municipal, o Tribunal Superior Eleitoral recebeu, até ontem, 3.319 processos que tratam do registro de candidaturas.

Ainda precisam ser analisados 2.129 recursos contra candidatos. A maioria depende uma decisão monocrática dos ministros.

Presidente do TSE, Cármen Lúcia estabeleceu como meta julgar todos os processos até o primeiro turno, que ocorre no dia 7 de outubro.

Ontem, Marco Aurélio disse que recebeu 350 processos do TSE nos últimas duas semanas e questionou a prioridade do mensalão.

"Já estamos num esforço", disse. "O tribunal [Supremo] não é tribunal de um único processo", completou.

SEM PRIORIDADE

Para o revisor do mensalão, Ricardo Lewandowski, "estão sendo feitas consultas", mas que novas reuniões não são prioridade do STF.

"O tribunal está preocupado mais é com a conveniência dos ministros do TSE, que receberam uma enorme distribuição", afirmou.

Para o ministro do Supremo Luiz Fux, "não tem uma eficácia prática essa sessão extra. Só vai desgastar e vamos perder tempo".

Sem entrar na polêmica, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, não descartou novas reuniões. Ele deixa a corte em novembro, ao completar 70 anos.

Ayres Britto disse que questão será analisada pelo plenário caso o relator do processo, Joaquim Barbosa, provoque a discussão.

Ministros ouvidos pela Folha avaliam que o último item do julgamento -que trata do crime de formação de quadrilha tendo como réus o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-deputado federal José Genoino- deve ser analisado no final de outubro.

Com isso, ainda ficariam faltando sessões para definir penas dos condenados.

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