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Eleições 2012

Serra e Haddad usam gestão Pitta para atacar Russomanno

Programa eleitoral petista diz que eventual governo do atual líder das pesquisas 'asfixia, mata São Paulo'

Tucano afirma que ex-prefeito também era inexperiente; candidato do PRB chama ação de rivais de 'desespero'

DE SÃO PAULO

A duas semanas da eleição, os principais adversários de Celso Russomanno (PRB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo aumentaram a calibragem dos ataques ao líder nas pesquisas associando-o ao ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000), que deixou o cargo com 13 processos na Justiça e 81% de desaprovação.

Russomanno, que agregou à sua campanha o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB), secretário de Governo de Pitta, chamou as investidas de "baixaria" e "desespero".

A ofensiva deflagrada no rádio e na TV ontem põe em suspenso a polarização entre PT e PSDB que vinha pautando os discursos do petista Fernando Haddad e do tucano José Serra. Eles brigam pelo segundo lugar, com 15% e 21%, respectivamente, segundo o último Datafolha.

No programa de Haddad, a crítica a Pitta, morto em 2009, partiu de uma suposta eleitora. "Com o [prefeito Gilberto] Kassab, já é ruim. Mais quatro anos de um governo como foi o do Pitta e que este rapaz, o Russomanno, está seguindo asfixia, mata São Paulo. Depois, demora 20 anos para [se] recuperar", afirmou ela.

Haddad tem entre seus aliados o ex-prefeito Paulo Maluf (PP), de quem Pitta (PPB) foi secretário de Finanças e afilhado político. Eles romperam após o começo do mandato de Pitta, marcado por denúncias de corrupção.

Segundo Haddad, sua campanha ligou Russomanno a Pitta pois nenhum deles teria apresentado plano de governo antes da eleição. Na campanha de 1996, porém, Pitta mostrou um plano que incluía o corredor de ônibus Fura-fila.

O ex-ministro José Dirceu (PT) elogiou em seu blog a subida de tom contra Russomanno. Disse que "houve uma boa correção de curso, já que a campanha do Haddad partiu de uma avaliação errada, a de que bastava o apoio dos presidentes Lula e Dilma Rousseff e o voto petista para ele ir para o 2º turno".

'ACONTECEU COM O PITTA'

Serra assumiu a investida contra o rival. Indagado pela apresentadora de seu programa sobre a necessidade de um candidato ter experiência -Russomanno nunca exerceu cargo no Executivo-, disse:

"Aconteceu com o Collor no Brasil, aconteceu com o Pitta aqui em São Paulo. O Pitta tinha até padrinho, mas o padrinho não podia estar toda hora dizendo o que fazer".

O prefeito Kassab, aliado do tucano, foi secretário de Planejamento de Pitta.

A campanha tucana já havia citado o ex-prefeito para alvejar Haddad e Russomanno. Um comercial de TV liga uma foto de Maluf a retratos do ex-prefeito e dos candidatos do PRB e do PT. Russomanno é afilhado político de Maluf, com quem rompeu em 2011.

Na TV, Gabriel Chalita (PMDB) mencionou Pitta e Kassab após dizer que "todas as vezes em que o cansaço com os políticos falou mais alto [...], São Paulo escolheu prefeitos muito piores do que os políticos que [...] rejeitava.

Chalita foi o primeiro a falar textualmente, na propaganda, sobre a relação de Russomanno com a Igreja Universal -que controla o partido dele. "Será que é uma boa misturar religião com política?", perguntou. Ele chamou o rival de "aventura".

(FABIO LEITE, LUIZA BANDEIRA E LUCAS NEVES)

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