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Mensalão - o julgamento

Condenado, Jefferson diz que é vítima de si mesmo

Ex-deputado afirmou, porém, que não concorda com a decisão do STF

'Não vendi meu partido ao PT nem me apropriei para fins pessoais de nem um centavo sequer', diz Jefferson

DE SÃO PAULO

Um dia após a maioria do Supremo Tribunal Federal votar por sua condenação no processo do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) disse ontem que nada tem a reclamar do que aconteceu e que recebe com serenidade a decisão.

"Não sou vítima de ninguém, a não ser de mim mesmo. Nada a reclamar", escreveu Jefferson no seu blog.

O ex-deputado usou uma expressão latina para falar de sua situação: "Dura lex, sed lex" (a lei é dura, mas é a lei). Apesar disso, Jefferson afirma não ter concordado com as imputações contra ele.

"Não vendi meu partido ao PT nem me apropriei para fins pessoais de nem um centavo sequer do dinheiro que a mim chegou para financiar campanhas eleitorais. Muito menos sou delator, alcunha com que tentam à força me marcar", disse Jefferson.

Ontem, por seis votos a zero, a maioria do Supremo condenou o ex-deputado por corrupção passiva.

Jefferson denunciou o esquema em entrevista à Folha em junho de 2005. Na entrevista, o então deputado federal do PTB revelou a existência de uma mesada paga aos deputados para que votassem a favor de projetos de interesse do governo federal.

O ex-deputado, que se afastou da presidência da sigla anteontem, é acusado de receber R$ 4,5 milhões do valerioduto para votar a favor do governo no Congresso, depois de fechar um acordo em que o PT prometeu entregar R$ 20 milhões para o PTB.

Ele admitiu em depoimentos que recebeu os valores, mas afirma que desconhecia a origem ilícita dos recursos e nega ter votado a favor do governo em troca de dinheiro. Diz que as negociações com o PT faziam parte de um acordo para as eleições municipais de 2004.

O relator Joaquim Barbosa, o revisor Ricardo Lewandowski, e os ministros Rosa Weber, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Gilmar Mendes votaram por condenar Jefferson. Ainda faltam quatro ministros.

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