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Mensalão - O Julgamento

Mensalão vai dar em prisão sim, diz Gurgel

'Prova é abundante, torrencial' contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, diz procurador-geral da República

Advogados devem apresentar memorial com explicações sobre reuniões de petista com dona do Banco Rural

DO RIO

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou ontem que as provas de que o ex-ministro José Dirceu foi o "grande líder" do mensalão são "torrenciais".

"Continuo absolutamente convencido da participação dele [Dirceu]. A prova é mais que abundante, a prova é torrencial em relação ao ex-ministro da Casa Civil", disse, após a posse da nova diretoria da Procuradoria da República da 2ª Região, no Rio.

Para Gurgel, o julgamento dos políticos acusados de corrupção ativa, como o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, além do próprio Dirceu, será um marco.

"Acredito que vai dar em prisão sim, em um número bem significativo, ao final do julgamento", afirmou.

O procurador-geral afirmou ainda que a possibilidade de recursos da defesa, nesse caso, é muito limitada porque o julgamento ocorre na mais alta corte do país.

A defesa de Dirceu deve protocolar hoje no Supremo Tribunal Federal um último memorial, apontando que testemunhas negaram qualquer ligação dele, do PT ou do governo nos negócios do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.

O advogado do ex-ministro também pretende explicar duas reuniões dele com a presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, na época dos empréstimos da instituição ao PT. Os encontros foram enfatizados pelo ministro relator da ação, Joaquim Barbosa, ao votar pela condenação dela.

CHANCE DE FUGA

Gurgel também falou sobre a viagem à Europa de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil.

Ele foi condenado por unanimidade pela corte no primeiro bloco de julgamento. Os ministros o consideraram culpado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato (desvio de recursos públicos por servidor). A pena será calculada no fim do julgamento.

"Estranho é, mas não há nenhum impedimento, por enquanto", disse. "Seria a pior das frustrações ter a condenação pela mais alta corte do país e não cumpri-la por esse motivo [fuga]", afirmou.

Segundo o advogado de Pizzolato, Marthius Sávio Lobato, o réu viajou antes do começo do julgamento para tratar de "problemas familiares". Lobato disse que Pizzolato voltará até o fim desta semana.

(VENCESLAU BORLINA FILHO)

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