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ESPECIAL/ELEIÇÕES 2012

Dilma diz ter o dever de 'meter o bico' em SP

Discurso em comício de Haddad (PT) é resposta a Serra (PSDB), para quem presidente quer palpitar sem conhecer a cidade

'Não tem como dirigir o Brasil sem meter o bico em São Paulo', afirmou a petista ao lado de Lula, Haddad e Marta

Juca Varela/Folhapress
Presidente Dilma Rousseff discursa durante comício de Fernando Haddad em Itaquera, zona leste da cidade; os ministros Aloízio Mercadante e Marta Suplicy também participaram
Presidente Dilma Rousseff discursa durante comício de Fernando Haddad em Itaquera, zona leste da cidade; os ministros Aloízio Mercadante e Marta Suplicy também participaram

BERNARDO MELLO FRANCO
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

No palanque do candidato do PT, Fernando Haddad, a presidente Dilma Rousseff rebateu ontem as críticas do adversário José Serra (PSDB) e disse ter o dever de "meter o bico" na eleição para a Prefeitura de São Paulo.

Em 16 minutos de discurso, ela repetiu quatro vezes a expressão que Serra usou para reclamar de sua entrada na campanha paulistana.

"Eu estou aqui hoje metendo o meu bico nessa eleição porque, para o Brasil, São Paulo é um fato, um acontecimento, e sobretudo um lugar onde moram milhões de brasileiros. Não tem como dirigir o Brasil sem meter o bico em São Paulo", afirmou.

Dilma disse que ser grata à cidade que a "acolheu e protegeu" na ditadura militar, quando atuou na guerrilha e foi presa e torturada. E afirmou ter morado perto do local do comício, na região de Itaquera (zona leste).

"Meter o bico na eleição de São Paulo significa muito para mim", disse. "A luta contra a ditadura, pelas liberdades e pelo direito de cada paulista e brasileiro de meter o bico em todos os assuntos, eu lutei aqui em São Paulo."

Há três semanas, Serra atacou a presidente por pedir votos na TV e dar o Ministério da Cultura a Marta Suplicy em troca de seu apoio a Haddad.

"Ela vem meter o bico em São Paulo, vem dizer para os paulistas como é que eles devem votar. Ela que mal conhece São Paulo vem aqui dar o seu palpite", disse o tucano.

Ontem, ao lado de Haddad, do ex-presidente Lula e dos ministros Marta Suplicy (Cultura) e Aloizio Mercadante (Educação), Dilma disse "não falar mal de ninguém".

"Esse pessoal que vive falando mal dos outros, a gente deve ficar de olho aberto com eles. São intolerantes, gostam de ser o Joãozinho do Passo Certo, não respeitam as outras pessoas."

Dilma também rebateu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por ter escrito, em setembro, que ela recebeu uma "herança pesada" de Lula. "Tenho muito orgulho de suceder o presidente Lula porque ele deixou para mim uma herança bendita. Ninguém vai tirar de nós essa herança que o Lula nos deixou."

A presidente resistiu a participar de comícios no primeiro turno, mas cedeu à pressão de Lula e do PT. No palanque, disse que a decisão a deixou "muito feliz".

"Assim como o presidente Lula me apoiou, me ajudou a ser presidente, eu venho aqui hoje ajudar o Haddad."

LULA

Lula e Haddad também atacaram Serra. "Depois de ouvir a presidente, eu, se fosse um certo candidato, ficava de bico fechado", disse o candidato a prefeito.

"O meu bico não é tão grande como o dos tucanos, mas não é de predador", afirmou Lula, depois de dizer que Serra "não está afim de ser prefeito de São Paulo".

O ex-presidente acusou os adversários de criticar Dilma na campanha de 2010 e depois elogiá-la para atingir a imagem do governo dele. "Tentaram criar uma animosidade entre nós, mas nunca haverá diferença, porque temos um projeto comum."

Numa referência ao julgamento do mensalão, Mercadante reclamou de ataques ao PT e defendeu a administração do ex-presidente. "O que Lula fez por este país é bem maior que os erros."

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