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Negociação de verba era papo 'entre amigos', diz vereador

Futuro senador cobrou apoio para liberar obras em campos de futebol

PSOL defende abertura de investigação para apurar se Antonio Carlos Rodrigues (PR) tentou comprar votos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O vereador paulistano Antonio Carlos Rodrigues (PR) classificou como "papo entre amigos" a reunião na última quarta-feira na qual ameaçou cortar verbas para melhorias de CDCs (Clubes Comunitários) na periferia de São Paulo a dirigentes que não o apoiaram na campanha.

"Era uma reunião dentro do meu comitê e com os meus amigos. E com os amigos você fala algumas coisas, até algumas bobagens", disse Rodrigues, que assume nesta semana vaga no Senado como suplente da ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT).

Ontem, a Folha revelou que o vereador usa verbas da prefeitura para trocar votos por obras em campos de futebol de CDCs no Campo Limpo, seu reduto eleitoral.

Em reunião acompanhada pela reportagem na última quarta, Rodrigues reclamou que dirigentes não haviam colocado suas placas nos clubes e disse que ia conferir "urna por urna" quem o ajudou.

"Fui num campo outro dia e não tinha um carro com meu colante", contou aos dirigentes. "Eu vou saber quem me ajudou e quem não me ajudou", ameaçou.

Ontem, ele negou ter pressionado eleitores. "Você queria que eu falasse inglês com boleiro? Era a linguagem deles." O vereador afirmou ainda que vai "tomar as providências legais" porque a reportagem acompanhou a reunião sem se identificar. "Meu escritório foi invadido."

O PSOL quer que o Ministério Público Eleitoral investigue Rodrigues por suposta compra de votos. O partido deve apresentar representação nos próximos dias.

"Pode ser caso de pedir cassação do mandato dele", disse o presidente municipal do partido, Maurício Costa.

"Esse tipo de prática precisa ser condenada. O vereador usa a prefeitura como um balcão de negócios e acha natural a compra de votos com dinheiro público. É espantoso".

Ele também criticou Rodrigues por adiar a posse no Senado para fazer "reserva de vaga" na Câmara Municipal

(FÁBIO LEITE, BERNARDO MELLO FRANCO E PAULO GAMA)

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