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DNA do mensalão é tucano, diz Haddad

Candidato do PT à Prefeitura de São Paulo promete revidar ataques da campanha tucana, que classificou como "hipócrita"

Após fazer ataques a Russomanno no 1º turno, petista agora o elogia por preocupação com segurança pública

Eduardo Knapp/Folhapress
Haddad em seu comitê eleitoral, no centro de SP; ao fundo, cartaz de campanha em que ele aparece ao lado de seus padrinhos políticos, Dilma e Lula
Haddad em seu comitê eleitoral, no centro de SP; ao fundo, cartaz de campanha em que ele aparece ao lado de seus padrinhos políticos, Dilma e Lula

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

O candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, chamou a campanha de José Serra (PSDB) de "hipócrita" e acusou o rival e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de "abafar" investigações contra aliados.

Com discurso mais agressivo, ele promete revidar o uso do mensalão na campanha tucana. E agora faz elogios a Celso Russomanno (PRB), a quem atacou no 1º turno.

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Folha - O sr. espera apoios de Russomanno e Chalita?
Fernando Haddad - Eles também fizeram uma campanha pela mudança, e não pela continuidade da atual administração. Naturalmente, há um ambiente favorável.
PT, PMDB e PRB compõem a base do governo Dilma, e uma das críticas que mais faço é à falta de visão da prefeitura para fazer parcerias.

O PT conseguirá isolar Serra?
As coisas vão se afunilar, é para isso que serve o segundo turno. Espero que este quadro se confirme. Seria coerente com a pregação dos candidatos no primeiro turno.

O apoio de Russomanno pode afastar uma parte da classe média da sua candidatura?
Ele teve uma votação muito expressiva, de mais de um quinto da cidade, que precisa ser considerada. Desconsiderar isso é desconsiderar o desejo do eleitor por mudança.

O partido dele, o PRB, é controlado pela Igreja Universal. O sr. prometeu evitar o uso político de igrejas. Esta aliança não contamina seu discurso?
Defendo o princípio de que não devemos misturar política e religião, como defendi em toda a campanha.

O sr. criticou várias propostas de Russomanno. Vê alguma virtude no discurso dele?
A preocupação dele com segurança foi notável. Percebi que estava genuinamente preocupado. A temática da qualidade do serviço público, que ele trouxe com força para a campanha, também merece toda a consideração.

O sr. afirmou que a principal proposta dele no setor, triplicar a Guarda Civil Metropolitana, quebraria a prefeitura.
É, o número... sem sombra de dúvida, o contingente que ele imagina contratar não seria possível num prazo tão curto. Mas não posso negar que este é um tema que sensibiliza o paulistano.

Serra deixou claro que usará o mensalão para atacá-lo. Como pretende se defender?
Para mim, discutir ética é muito simples. Passei por três governos, Marta, Lula e Dilma, sem nenhuma insinuação sobre a minha conduta.
Precisamos tratar o debate da ética sem hipocrisia, e não como se o PSDB não tivesse nada com o assunto. Depois deste julgamento [do mensalão], vai se iniciar outro, sobre o PSDB de Minas Gerais.

Os casos são iguais? O do PSDB trata de um Estado.
O Ministério Público diz que o mesmo esquema foi usado para financiar partidos políticos. Não há como punir um e não punir o outro. O DNA do problema é tucano.
Se o Supremo julgar com a mesma métrica, vai condenar dirigentes do PSDB. Aproveitar o atraso no julgamento de outro processo é uma conduta hipócrita da campanha do Serra. Esta é a grande diferença entre o governos Lula e FHC. Um deu impulso à investigação. O outro, não. Eles abafam como podem as investigações.

O STF deve condenar José Dirceu e outros petistas nesta semana. Isso vai prejudicá-lo?
Fiz agenda de rua nos últimos 60 dias, e nunca fui questionado sob isso.

Dirigentes da sua campanha e do PT já reconheceram que o mensalão tirou votos do sr.
Eu não notei isso na rua.

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"Independentemente do resultado, estarei sempre com vocês buscando o melhor para SP"
LEVY, que aparece pouco em época sem eleição

EVOLUÇÃO
Giannazi melhorou, um pouco, o resultado do PSOL: teve 62.431 votos; Ivan Valente teve 42.616 em 2008

SEM FORÇA
Paulinho, que já teve 9% das intenções de voto em pesquisas, obteve 0,63% dos votos válidos; mais 20 mil e seria atropelado pelo aerotrem de Levy Fidelix

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