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Eleições 2012

Serra agora diz que vai mudar taxa de inspeção veicular

Candidato tucano muda discurso sobre taxa que seu adversário petista promete extinguir se vencer eleição

Equipe busca propostas alternativas, mas ainda não há consenso sobre o que será apresentado na campanha eleitoral

DANIELA LIMA
PAULO GAMA
DE SÃO PAULO

Pela primeira vez desde o início da campanha, o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, admitiu que mudará a aplicação da inspeção veicular, se eleito. Em discurso ontem, ele afirmou que está estudando alternativas ao formato atual, que é alvo de controvérsia.

"A inspeção veicular, vamos trabalhar bem esse assunto. Pode estar certo que nós vamos mudar a maneira dela ser aplicada", disse o tucano, no palanque em que oficializou a adesão do PDT, do deputado Paulinho da Força, à sua candidatura.

O adversário de Serra na disputa pela prefeitura, Fernando Haddad (PT), promete desde o primeiro turno que acabará com a cobrança da taxa, hoje em R$ 44,36. Serra sempre defendeu a taxa.

Serra organizou um grupo de trabalho para avaliar propostas alternativas à forma como a inspeção é hoje. Não há, no entanto, consenso sobre qual seria a bandeira a ser adotada pelo tucano.

Especialistas que estão auxiliando a campanha tucana deram uma série de ideias, como isentar a cobrança do tributo de carros novos, com até três anos de uso, e ampliar o número de centros de inspeção -hoje são 16.

Mas as propostas esbarram em embaraços políticos e na resistência de ambientalistas.

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) é alvo de duas ações, uma criminal e outra de improbidade, por conta do contrato da inspeção veicular.

Aliados de Serra temem que, ao propor mudanças, o tucano passe a mensagem de que está "abandonando" a defesa do aliado e crie um problema político para ele e para o prefeito.

Ambientalistas também resistem à tese de isentar carros novos da inspeção, por afirmarem que é possível modificar o veículo para que ele ande mais com menos combustível, o que aumentaria a emissão de gases.

Há ainda o temor de que isso seja interpretado como uma penalização aos mais pobres, que acabariam sendo mais afetados pelo tributo por terem veículos mais antigos.

O único consenso na campanha é que será preciso encontrar um antídoto para a proposta de Haddad, que tem apelo popular.

Em caminhadas pelas ruas, Serra tem sido cobrado sobre o tema. Anteontem, um eleitor pediu que o tucano defenda a extinção da taxa, argumentando que donos de carros já pagam o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores).

Serra falou sobre o tema ao ser cobrado, por Paulinho, a acabar com a "indústria da multa em São Paulo": "Você para no farol e não sabe se vai ser assaltado pelo ladrão ou pela prefeitura", disse.

Mesmo com críticas à atual administração, Paulinho disse apoiar Serra por conta do "passado". Ele fez críticas à presidente Dilma Rousseff. "A presidente Dilma não cumpriu o que combinou com a gente. Vamos cobrá-la."

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