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Eduardo Graeff

A segunda opção tem suas vantagens

Ela é uma oportunidade de ouvir mais a razão do que a emoção antes de votar

MEU CANDIDATO a prefeito foi para o segundo turno. Se o seu não foi, ouça a Poliana aqui: isso tem um lado positivo. De verdade!

Neurocientistas que escanearam a atividade cerebral de eleitores dizem que estes geralmente votam com o coração, o fígado, o estômago, qualquer órgão que simbolize a emoção. A cabeça vem atrás, dando razões para a escolha que já estava feita.

A possível vantagem de não poder repetir no segundo turno o voto do primeiro é que a cabeça tem mais chance de influir na escolha. Eis o que eu faria se não tivesse candidato definido e fosse um eleitor racional.

Primeiro, liste as coisas mais importantes que você quer que o prefeito faça nos próximos quatro anos. Melhor que seja uma lista curta e bem pessoal: o que é mais importante para você, sua família, seu bairro. Eu, que redescobri São Paulo depois que me livrei do meu carro, quero que o prefeito cuide melhor das calçadas e empurre a expansão do metrô.

Depois, pense nos requisitos fundamentais que o prefeito deve preencher para fazer o que você quer. As prioridades dele têm que ser compatíveis com as suas, é claro. Várias delas serão, de todo modo. Ninguém se elege sem propor soluções para os maiores problemas da cidade, ou propondo soluções obviamente impossíveis ou erradas.

Mas não basta querer, é preciso poder fazer. Aí entram os atributos pessoais e compromissos políticos do candidato. Competência, é óbvio. Neste item eu anotaria: experiência bem-sucedida de comandar organizações grandes e complexas como a Prefeitura de São Paulo.

Capacidade de harmonizar interesses contraditórios: ninguém governa sem aliados, alguns deles bem complicados. A questão é como, a que preço manter os aliados e o próprio partido do seu lado.

Respeito à lei e às opiniões contrárias, amor à diversidade, visão de conjunto, atenção aos detalhes -eu poderia me estender. Paro aqui para não entregar o retrato falado do meu candidato nem estourar o espaço.

O importante é: faça a sua lista de prioridades e requisitos e veja quem melhor se encaixa.

EDUARDO GRAEFF é cientista político e foi secretário-geral da Presidência na gestão FHC

COLUNISTAS NAS ELEIÇÕES segunda: André Singer; terça: Nelson de Sá; quarta: Vera Magalhães; quinta: Alexandra Moraes; sexta: Eduardo Graeff; sábado: Leandro Machado/Leandro Narlochi; domingo: Mauro Paulino

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