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São Paulo inicia debates sobre o futuro dos jornais Assembleia da SIP também vai abordar ameaças à liberdade de imprensa Executivos dos jornais 'The New York Times' e 'El País' participam de evento que se estende até a próxima terça DE SÃO PAULOO futuro dos jornais na era da internet e as ameaças à liberdade de imprensa são os principais temas da 69ª Assembleia Geral da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), que acontece de hoje a terça-feira em São Paulo. Entre os palestrantes estão previstas as presenças de Arthur Sulzberger Jr. ("The New York Times") e Juan Luís Cebrián ("El País", Espanha). Também devem participar os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Alan García (Peru). A presença da presidente Dilma Rousseff, do governador Geraldo Alckmin e do prefeito Gilberto Kassab está prevista na cerimônia oficial de abertura. A Folha integra o comitê anfitrião da assembleia, ao lado dos jornais "O Globo" e "O Estado de S. Paulo" e do grupo Abril, entre outros. Uma das inovações deste encontro é o "Domingão da SIP", uma atividade gratuita para professores e estudantes de jornalismo na qual executivos dos jornais Folha, "O Estado de S. Paulo" e "O Globo", entre outros, discutirão o futuro da imprensa. As 480 vagas para essa discussão já estão esgotadas, segundo a assessoria da SIP. Modelos de negócios no mundo digital e os riscos para a liberdade de imprensa são os temas dominantes do encontro. Dois modelos de negócio serão discutidos: o "paywall" poroso (como o que o "New York Times" e a Folha adotam, em que parte do conteúdo é gratuita e outra parcela é paga) e o totalmente gratuito, seguido pelo "El País". Considerado um dos melhores jornais da Europa, o "El País" demitiu 128 jornalistas e aposentou 21 na terça-feira passada. Os profissionais decidiram entrar em greve, e o comitê sindical acusou Cebrián, presidente do grupo Prisa, que controla o jornal, de ter recebido cerca de € 13 milhões em salários no ano passado. Cebrián está escalado para debater no sábado qual será o modelo de negócio sustentável no futuro. Já o "New York Times" anunciou em julho que obteve mais recursos com assinantes das versões impressa e digital do que com publicidade. Foi o primeiro sinal de que o "paywall", adotado no ano passado pelo "Times", tinha dado resultado: o jornal tem cerca de 500 mil assinantes digitais e 700 mil da versão impressa. A tentativa de governos de controlarem jornais e a ameaça do crime organizado contra jornalistas também estão na agenda da assembleia. O presidente da SIP, Milton Coleman, ex-editor do "Washington Post", frisa que a morte de jornalistas é uma das maiores ameaças à liberdade de imprensa. Segundo contas de Coleman, mais de 30 jornalistas foram mortos no continente americano desde o início de 2011. Oito dessas mortes ocorreram no Brasil, de acordo com a entidade. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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