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Sócia de Duda diz que festejou votos como 'gol'

DIÓGENES CAMPANHA
DE SÃO PAULO

Zilmar Fernandes reuniu a família anteontem, "como se fosse jogo do Brasil", para que todos assistissem à sessão na qual o STF (Supremo Tribunal Federal) a absolveu no julgamento do mensalão.

"Foram sete anos sofrendo, penalizada, e hoje sou uma mulher livre. Imagine o que é isso", disse Zilmar ontem à Folha, por telefone.

A empresária afirmou ter comemorado como "gols" os votos dos ministros que garantiram a ela e ao sócio Duda Mendonça a absolvição dos crimes de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas, pelos quais eram acusados.

Em casa, ao seu lado, estavam o marido, os três filhos, de 16, 24 e 30 anos, e o neto, de apenas um ano. "Acho que ele só entendeu os gritos que a gente dava a cada gol. Ficamos assistindo como se fosse jogo do Brasil", contou.

Ela disse ter rezado para que não prevalecesse o voto do relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, que os condenou por lavagem e foi seguido por apenas dois dos seus colegas de STF.

"Depois que passa é engraçado, mas fiquei com um terço na mão pedindo que ele parasse de tentar fazer os outros mudarem de opinião."

Após a decisão favorável do Supremo, Zilmar, que completa 60 anos na próxima segunda-feira e se diz "durona", comemorou com o companheiro. "Falei para ele: 'Agora você é marido de uma mulher absolvida, totalmente absolvida", afirmou.

Ela chorou ao telefone com os advogados Antonio Carlos de Almeida Castro e Luciano Feldens -chama o último, especialista em lavagem de dinheiro, de "o melhor advogado do mundo".

"Sou durona, mas eu chorava, chorava! Botei tudo pra fora. Agora posso retomar minha vida, tocar minha empresa de cabeça erguida." Ela continua sócia de Duda Mendonça em duas agências de publicidade, com filiais em Portugal e na Polônia.

Eles foram julgados no mensalão por terem recebido mais de R$ 11 milhões do PT pela campanha presidencial de Lula de 2002, por meio do esquema do empresário Marcos Valério de Souza. A maior parte do valor foi enviada para uma conta nas Bahamas.

Zilmar reclama da cobertura jornalística do caso. "A imprensa te condena sem piedade, não quer saber de nada. Minha vida e a de Duda passou a ser buscar as provas para a nossa absolvição."

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