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Eleições 2012

Senador tucano critica 'pirotecnia' de petista

Aloysio Nunes Ferreira diz que rejeição a Serra é 'natural' e que Haddad só chegou ao 2º turno graças a Dilma

Aliado de Serra diz que objetivo da candidatura de Haddad é eleger o prefeito de SP para vencer o PSDB em 2014

VERA MAGALHÃES
EDITORA DO PAINEL

Escalado para desconstruir as propostas de Fernando Haddad (PT), o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) afirma que o candidato petista não tem "atributos pessoais" para governar a cidade de São Paulo. O tucano diz que para gerir a cidade não é preciso "pirotecnia".

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Folha - Em 2004 e 2006 José Serra teve votações maiores na cidade que no primeiro turno. A rejeição preocupa?
Aloysio Nunes Ferreira - O Serra tem uma rejeição natural por ser uma pessoa que está na batalha da política há muito tempo. Recentemente se contrapôs ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma. É um homem que tem posições marcadas e marcantes. Isso é, a meu ver, um ponto positivo.

Serra só lançou seu programa de governo agora. Por quê?
O Serra visitou todas as subprefeituras da cidade, fui com ele a muitas dessas visitas. Fizemos 31 reuniões em bairros, para discutir os problemas e as propostas dele para cada região da cidade. Agora: não há muito o que inventar em São Paulo. Achar que se vai resolver os problema de transporte com bilhete isso, bilhete aquilo é demagogia. São Paulo precisa de trilho, precisa de trem. Precisa do que já está sendo feito, que tem de ser melhorado. Não de pirotecnia.

O PT não vence uma eleição na capital desde o segundo turno de 2002. O apoio da presidente Dilma pode ajudar Haddad?
Acho que Haddad não tem atributos pessoais que o levem a superar o teto do PT. O apoio da presidente Dilma e de Lula foi fundamental para que chegasse ao segundo turno. O cacife eleitoral dele era ter sido presidente do Centro Acadêmico 11 de Agosto.

O segundo turno está sendo pautado por acusações de ambos os lados. Apesar do mensalão, Haddad lidera.
Seria de estranhar que esse julgamento, que ocupa ao menos dez minutos diários do "Jornal Nacional" há pelo menos dois meses, não fosse objeto de debate na campanha. O essencial é mostrar a raiz do mensalão.

Há um processo no STF que aponta que essa raiz foi em Minas, no governo do tucano Eduardo Azeredo (1995-1998), o chamado mensalão mineiro.
O STF vai apurar se Eduardo Azeredo recebeu financiamento ilegal de campanha. Isso é muito diferente de um esquema tentacular de corrupção envolvendo Congresso, Executivo, bancos oficiais, empresas públicas e privadas com o objetivo de comprar um Poder da República. A raiz do mensalão é a relação patrimonialista que o PT tem com o Estado. O Estado a serviço de interesses partidários, de grupos. Considerar que se é para o bem do partido vale tudo. Isso é recorrente na maneira como o PT se comporta.

Em que medida a derrota ou a vitória de Haddad serão também uma derrota ou vitória do ex-presidente Lula?
A candidatura de Haddad é uma produção 100% de Lula -que, inclusive, atropelou Marta Suplicy. O objetivo é claro: fazer o prefeito de São Paulo para derrotar o PSDB em 2014. Isso é um fator de fragilidade de Haddad, que mostra que sua candidatura não tem densidade, é apenas fruto de maquinação de um ex-presidente que não se conforma de ter deixado o poder.

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