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Análise

Com 17 pontos de vantagem, tudo passa a ser mais ambíguo

RICARDO MENDONÇA
EDITOR-ASSISTENTE DE “PODER”

Em 2006 e 2010, o PT foi rápido e eleitoralmente hábil em abraçar a bandeira do estatal e empurrar para o PSDB o estigma de sigla das privatizações, terceirizações. Independentemente do que Lula e Dilma fizeram depois, o fato é que, como instrumento de disputa eleitoral, funcionou.

Por que agora, na reta final da eleição paulistana, os sinais parecem invertidos?

Depois de discursar com grande ênfase pela gestão pública de hospitais, Haddad parece agora acuado ante a "acusação" de que irá acabar com as parcerias em algumas instituições. O autodeclarado socialista Haddad amarelou?

A resposta talvez não esteja nas convicções ideológicas do petista. Mas no "timing".

Em eleição tem sido assim: quanto mais distante da vitória, mais assertivo o candidato costuma ser; quanto mais próximo, mais ambíguo ele é.

A essa altura, com 17 pontos de vantagem, Haddad começa a sentir a necessidade real de se antecipar aos problemas concretos da gestão. A pensar com a cabeça de prefeito. Ao "calibrar" o discurso das parcerias, talvez nem esteja mais falando para fora, mas para dentro, para os petistas, para a burocracia.

Retomar gestões terceirizadas há anos pode até ser desejável na sua concepção. Mas será fácil? Viável? Aliás, é mesmo prioritário? Com 17 pontos na frente, seu drama passa a ser outro: e quando a militância começar a cobrar?

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