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Petista promete mudar fiscalização de ruído

DE SÃO PAULO

O candidato do PT, Fernando Haddad, prometeu ontem mudar a forma como a Prefeitura de São Paulo fiscaliza a emissão de ruído em cultos religiosos em troca do apoio de evangélicos. Ele criticou a aplicação da lei do Psiu, que regula a poluição sonora e é usada para multar igrejas.

Representantes de 18 denominações assinaram manifesto em que condicionam o apoio ao "compromisso" de Haddad em acabar com o que chamam de "perseguição".

O coordenador de comunicação da campanha, vereador José Américo Dias (PT), prometeu apresentar projeto para alterar a lei do Psiu.

Haddad disse que não vai "flexibilizar" a fiscalização, mas criticou a aplicação da lei pela gestão Gilberto Kassab (PSD). Ele afirmou que a regra prevê que o ruído seja medido na casa do cidadão incomodado com o barulho, e não nos templos religiosos.

"Às vezes você vai na casa da pessoa e o volume de som é tolerável", argumentou.

A prefeitura afirma, no entanto, que a medição é feita de forma correta e que a regra citada pelo petista foi derrubada em 2010.

Na ocasião, a Justiça suspendeu lei do vereador Carlos Apolinário (PMDB) que alterava o texto do Psiu para beneficiar as igrejas. A medição nas casas é defendida pelos evangélicos porque permite cultos em volume mais alto.

Haddad promoveu um ato para exibir apoio de pastores que ajudaram Celso Russomanno (PRB) e Gabriel Chalita (PMDB) no primeiro turno, como antecipou a Folha.

Ele recebeu um manifesto em que os evangélicos dizem ser vítimas de "perseguição" e reclamam de "aplicação arbitrária" do Psiu. O texto acusa Kassab e o candidato José Serra (PSDB) de impor "clima de medo" aos religiosos.

Haddad disse ter recebido "solidariedade" diante das críticas do pastor Silas Malafaia, aliado de Serra, em torno da polêmica do "kit gay".

O pastor Ricardo Galdino, da Assembleia de Deus em Santo Amaro, prometeu acionar 353 "líderes" para "falar bem" do petista a um mínimo de cem fiéis cada.

No primeiro turno, ele pediu voto para Russomanno na igreja, o que é proibido. Haddad condenou a prática e acusou o rival de se beneficiar da mistura entre fé e política.

(LUIZA BANDEIRA, BERNARDO MELLO FRANCO e CATIA SEABRA)

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