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Mensalão - o julgamento

Genoino diz não se sentir condenado e critica Supremo

Ex-presidente do PT afirma que vai usar todos os recursos para não ser preso por corrupção e formação de quadrilha

Para petista, ministros do STF desprezaram provas; ele evita falar de colegas também condenados pela corte

Rodrigo Paiva - 7.out.2012/Folhapress
Genoino chega para votar em universidade da zona oeste de São Paulo no dia do 1º turno
Genoino chega para votar em universidade da zona oeste de São Paulo no dia do 1º turno

DE SÃO PAULO

O ex-presidente do PT José Genoino disse ontem que vai entrar com recursos para reverter sua condenação no STF (Supremo Tribunal Federal) e defendeu sua inocência no processo do mensalão.

A corte, anteontem, considerou Genoino culpado por formação de quadrilha e, como ele já havia sido condenado por corrupção ativa, corre o risco de enfrentar a prisão.

"Não me sinto condenado porque sou inocente. Eu quero provar, usar todos os recursos jurídicos, os embargos", disse Genoino, em entrevista à rádio "Estadão ESPN".

Ele comparou o tribunal ao Poder Moderador, que foi usado por d. Pedro 2º no Império para arbitrar conflitos entre Executivo e Legislativo.

"O poder emana do povo, e o poder que emana do povo é o Legislativo, o Executivo. O Supremo não pode querer ser uma espécie de Poder Moderador", afirmou ele.

Na avaliação de Genoino, sua defesa vai "mostrar como o Supremo desprezou as provas e julgou com base em indícios". "É a tirania da tese preestabelecida. Enquanto tiver vida, voz, vou lutar."

Afirmou, porém, que vai seguir o que determinar o STF. "Sou obrigado a cumprir democraticamente as decisões do Supremo, mas vou discuti-las a cada hora, a cada dia, a cada momento."

Presidente do PT na época do escândalo, Genoino foi condenado por ter assinado contratos de empréstimos que alimentaram o mensalão. Ele diz que não tratava de finanças no PT e firmou os contratos por obrigação formal.

"Os empréstimos são atos jurídicos perfeitos. O PT os declarou ao Tribunal Superior Eleitoral. Os bancos cobravam, o juiz executou as dívidas, bloquearam minhas contas", argumentou.

O ex-dirigente petista também negou novamente que tenha havido compra de votos no Congresso.

Indagado sobre sua opinião a respeito de possíveis irregularidades cometidas por outros membros do partido no episódio, Genoino respondeu: "Não vou falar de companheiros, falo de mim".

Sobre a relação com a imprensa -foi um deputado fonte de informações a repórteres no Congresso- Genoino falou que agora sabe como é ser acusado. "Conheço o lado da poesia e o do sangue. O lado do sangue também faz parte da democracia."

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