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Eleições 2012

Haddad e Serra elevam tom de ataques

Candidatos voltam a discutir sobre saúde; petista acusa rival de 'terrorismo' e tucano diz que governo faz 'chantagem'

Serra critica atuação de ministros na campanha petista; Haddad se diz vítima de 'central de boatos' do adversário

DE SÃO PAULO

A cinco dias das eleições, os candidatos Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) elevaram ontem o tom dos ataques um ao outro. Os dois voltaram a bater boca sobre as parcerias com OSs (organizações sociais) na saúde.

O petista se declarou vítima de uma "central de boatos" e acusou o rival de fazer "terrorismo" na campanha.

Serra disse, sem citar a presidente Dilma Rousseff, que o governo faz "chantagem" ao permitir o engajamento de ministros na disputa.

Haddad fez os ataques em ato com apoiadores na área da saúde. "A cidade decidiu mudar. O que pode fazer ela não mudar? O terror. Em geral, é o terrorismo que gera o pânico. As pessoas ficam inseguras", disse o petista.

"Vai rolar ainda muita mentira e boato até sexta-feira. Chegaram a importar um pastor do Rio. Deram um tiro no pé de bazuca, porque os paulistanos repudiaram", disse, referindo-se a Silas Malafaia, aliado do tucano.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), fez críticas indiretas ao tucano pelo uso de vitrines de sua gestão na pasta, no governo Fernando Henrique Cardoso.

"Não é enaltecendo o que podemos ter feito no passado em algum momento que vamos encontrar soluções para problemas de hoje", disse.

Serra também usou um ato sobre saúde para ir ao ataque. "O que estão fazendo é chantagem. Trazem ministros, um ministro da Saúde que só sabe fazer fru-fru, anuncia programas e não acontece nada, e o outro que foi o cérebro de um dos maiores golpes eleitorais da nossa história, o dossiê dos aloprados", disse.

"Vêm aqui para dizer que se não for [eleito] o Haddad eles vão perseguir a cidade."

Ao lado de Gilberto Kassab (PSD), o tucano lembrou episódio de 2008, quando a campanha de Marta Suplicy (PT) questionou aspectos da vida pessoal do prefeito, como se era casado ou tinha filhos.

"A Marta estreou preconceito na campanha. Ela que é liberal, aquela coisa, estreou preconceito contra o Kassab. Coisa que nunca tinha acontecido no Brasil."

FOCO

A saúde se tornou o maior foco da disputa. A área é a mais mal avaliada da gestão de Kassab. Segundo pesquisa feita pelo Datafolha em julho, 29% veem nela o maior problema da cidade.

Nos últimos dois dias, a campanha de Serra tratou de saúde em 15 de 30 minutos na TV. O PT usou 3 minutos.

O tucano tenta convencer os eleitores de que Haddad é contra as parcerias com OSs. Na TV, listou números de atendimento e disse que a posição do PT traria desemprego e fechamento de postos.

O PT já votou duas vezes contra o modelo na Câmara Municipal e recorreu à Justiça contra as parcerias, mas seu candidato sustenta ser "mais aberto" que a sigla e diz que vai manter o modelo.

Serra criticou o rival em entrevista. "Não é um problema de versões. Ele disse uma coisa, viu que pegou mal e agora está dizendo o contrário."

Na TV, o petista disse que Serra "espalha inverdades" por "desespero". Em entrevista, disse que o modelo atual não valerá para novos hospitais. "Não vou dar impulso [às OSs] antes de seguir a recomendação do Tribunal de Contas do Município, que diz que há problemas de gestão dos contratos."

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