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Eleições 2012

Disputa em SP tem debate mais agressivo

Em encontro promovido por SBT e UOL, Haddad e Serra trocam acusações sobre corrupção, promessas e aliados

Tucano sugere que PT traria mensalão à cidade; petista diz que desrespeito do rival beira 'insanidade'

Marcelo Justo/Folhapress
Fernando Haddad questiona o tucano durante o debate promovido pelo SBT e pelo UOL
Fernando Haddad questiona o tucano durante o debate promovido pelo SBT e pelo UOL

DE SÃO PAULO

A quatro dias do segundo turno, os candidatos à Prefeitura de São Paulo José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) travaram ontem o debate mais agressivo da campanha até agora.

No encontro promovido pelo SBT e pelo UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha, os rivais bateram boca sobre corrupção, promessas e gestões de seus aliados.

Em vantagem nas pesquisas, o petista adotou atitude mais ofensiva. Ao rebater afirmação de Serra sobre o mensalão, disse que o "desrespeito" do adversário "chega às raias da insanidade". O tucano citara a condenação de dirigentes do PT no STF e provocara: "Vão querer repetir o mensalão aqui?".

Visivelmente contrariado, Haddad reagiu dizendo ter "reputação ilibada". Lembrou o caso Aref, em que o ex-chefe do departamento de aprovação de obras da prefeitura, nomeado para o cargo por Serra, é investigado pela evolução de seu patrimônio. O tucano retrucou afirmando que o diretor era assessor da gestão Marta Suplicy (PT).

O bate-boca se estendeu à plateia. "Respeite o Haddad", gritou Marco Aurélio Carvalho, apoiador de Haddad; "se dê o respeito", devolveu o deputado estadual Orlando Morando (PSDB-SP), um dos coordenadores tucanos.

Quando lhe cabia perguntar, Haddad buscava fustigar o oponente, indagando sobre supostas promessas não cumpridas da "gestão Serra/Kassab" e sobre temas como pedágio em trechos urbanos -em referência a projeto do governador Alckmin (PSDB) de tarifar a circulação em rodovias por quilômetro rodado.

Serra afirmou que o petista estava fazendo "proselitismo com essa história" e associou o rival à criação de taxas na administração Marta.

Os rivais também exploraram gafes: Serra lembrou que Haddad confundiu os bairros de Itaim Paulista e Bibi. O petista citou entrevista em que o tucano chamou o país de "Estados Unidos do Brasil".

SAÚDE

A saúde, tema que ganhou força no segundo turno, foi usada por Serra na tentativa de acuar Haddad. Ele perguntou se o programa do rival para a área "exclui as organizações sociais [entidades pagas pela prefeitura para gerir equipamentos públicos]".

Na TV e no rádio, o tucano acusa o PT de se opor ao modelo e afirma que Haddad encerrará as parcerias com essas entidades, causando desemprego e fechamento de unidades de saúde.

O petista não respondeu diretamente. Contra-atacou citando lei estadual que prevê a destinação de 25% dos leitos do SUS para clientes de planos de saúde e lembrando que o atual secretário municipal de Saúde, também integrante da administração Serra, responde a processo "por desvio de merenda".

Buscando demonstrar apoio às entidades que administram centros de saúde da prefeitura, Haddad disse que autorizou o funcionamento do curso de medicina de uma delas, a Santa Marcelina.

No último bloco, Serra não respondeu sobre os temas das perguntas de Haddad. Questionado sobre enchentes, por exemplo, propôs ampliação do Bilhete Único.

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