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Investigado, cartola do Cruzeiro empresta campo a procuradores

PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

O presidente do Cruzeiro, senador Zezé Perrella (PDT), cedeu a Toca da Raposa 1, local de concentração e treino das divisões de base do clube, para um torneio de futebol de promotores e procuradores de Justiça.
O campeonato ocorreu de sábado a segunda passada, em Belo Horizonte. Perrella é investigado pelo Ministério Público Federal e pelo de Minas Gerais.
O evento teve a participação de promotores e procuradores de 19 Estados e foi feito pela Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público), em parceria com a sua associada regional, a AMMP (Associação Mineira do Ministério Público).
A cessão da Toca por Perrella foi publicada ontem pelo jornal "Hoje em Dia".
Os recursos para a realização do torneio saíram dos cofres das associações dos Ministérios Públicos estaduais e da Belotur, empresa de turismo da Prefeitura de BH.
O senador Perrella é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro com a venda do zagueiro Luizão ao Real Madri, há oito anos, via um clube uruguaio.

RIGOR
Com a posse de Perrella no Senado em julho último, o inquérito irá para o STF (Supremo Tribunal Federal), por conta do foro privilegiado.
A PF também investiga Perrella por suposta omissão de patrimônio. A mesma suspeita levou o Ministério Público de Minas a apurar eventual improbidade administrativa.
Procurada pela reportagem, a Conamp disse, em nota, que a cessão da sede foi da "instituição Cruzeiro" e que ela "não se confunde com seu presidente (a pessoa), o senador Zezé Perrella".
"O senador continuará a ser processado com todo o rigor necessário", afirmou a entidade no documento.
"Lembramos ainda que, em 2004, quando Zezé Perrella também era presidente do Cruzeiro, a sede foi emprestada. Mesmo assim, após o evento, o senador foi processado, assim como acontece atualmente."
A nota diz que o empréstimo "não é benesse, e sim fruto de relacionamento institucional entre a AMMP (e a Conamp) e o Cruzeiro".
Perrella nega ter praticado atos irregulares. Em julho, véspera da posse no Senado, disse que não foi denunciado "nenhuma vez" e que "ser investigado não é crime".

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