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BC indica que juros terão corte moderado

Alexandre Tombini tenta desfazer especulações do mercado de que o Banco Central ampliará queda da Selic

A duas semanas da última reunião do ano para tratar de juros, ele disse que taxa seguirá com 'ajustes moderados'

SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

Os juros no país deverão permanecer em queda, mas num ritmo moderado.
Essa foi a sinalização dada ontem pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante solenidade em Brasília.
A duas semanas da última reunião do ano do Copom (o comitê que define a trajetória dos juros no Brasil) e diante da crescente especulação de que o BC poderia aumentar de 0,5 para um ponto percentual o tamanho dos cortes, Tombini aproveitou o evento para tentar desfazer essas expectativas dos analistas do mercado financeiro.
No discurso, enfatizou o compromisso com o controle da inflação e disse que o cenário central trabalhado "contempla ajustes moderados na taxa Selic, uma ação consistente com o retorno da inflação à meta em 2012".
A fala foi interpretada por economistas como uma tentativa de frear as apostas de cortes maiores nos juros daqui para frente. Essa corrente vinha ganhando força diante do risco de desaceleração mais forte da economia já neste final de ano.
Tombini aproveitou o evento para rebater publicamente os ataques feitos à sua atuação. Ao surpreender o mercado e iniciar o processo de redução dos juros em agosto, os diretores do BC foram acusados de estar correndo riscos excessivos e de aceitar mais inflação para não prejudicar o crescimento.
Essa atuação iria contra a principal missão do regime de metas de inflação, que é manter sob controle o ritmo de subida dos preços.
Segundo Tombini, o BC dispõe de gente capacitada e "recursos tecnológicos de vanguarda" que lhe permitem fazer "uma análise profunda, tempestiva, completa e precisa da economia".
O problema, segundo ele, é que nem sempre as decisões e o efeito na economia são digeridas imediamente pelos economistas.
"Portanto, dado o caráter pró-ativo das ações do Banco Central, às vezes é preciso tempo para que os cenários fiquem mais claros e corroborem as decisões tempestivas adotadas."
Para o presidente do BC, isso aconteceu no início do ano, quando o órgão subiu juros para equilibrar o crescimento da demanda por bens e serviços com a produção da industrial e, também, quando disse que a inflação teria o pico no terceiro trimestre do ano e, só então, começaria a cair fortemente.
"Cenário que começa a se materializar com a divulgação do IPCA relativo ao mês de outubro", destacou.
A situação se repete, na sua avaliação, quando "devido à rápida e substancial deterioração do cenário internacional", o BC começou a cortar juros e a rever medidas de restrição do crédito.
Por fim, ele comemorou: "À medida que novas informações são divulgadas observa-se a confirmação do cenário antecipado por esta Casa".

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