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Candidatura faz ministro ampliar presença em SP

Para vencer disputa no PT, Haddad conciliou agenda com atividade partidária

No período em que lutou para afastar rivais no partido, ministro passou quase metade dos seus dias na capital

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
LÚCIO VAZ
DE BRASÍLIA

O ministro da Educação, Fernando Haddad, ampliou de forma significativa sua presença em São Paulo no período em que afastou do caminho seus rivais no PT e consolidou sua pré-candidatura a prefeito da capital paulista.

Desde que assumiu a pasta, em 2005, Haddad costumava viajar de Brasília a São Paulo duas vezes por mês, em média. O ministro tem residência em São Paulo.

Do início de agosto até a segunda semana de novembro, um período de 103 dias até a sexta-feira em que o PT definiu sua escolha como candidato, ele passou 47 dias em São Paulo, incluindo os fins de semana.

Em pelo menos dez dessas ocasiões, o ministro procurou conciliar compromissos oficiais no horário de expediente com atividades partidárias à noite e nos fins de semana.

Por três vezes ele esteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal condutor do processo que levou à indicação de Haddad como candidato.

Sem influência na máquina partidária e desconhecido em São Paulo, o ministro compareceu a mais de 30 encontros organizados pelo partido com os pré-candidatos da legenda.

Haddad viaja de Brasília a São Paulo em jatinhos do governo, muitas vezes em companhia de outro ministro. Isso não é ilegal. Os ministros têm direito a transporte para o Estado onde moram nos finais de semana.

Normalmente, um avião deixa o ministro na sua cidade na quinta ou na sexta-feira e outro aparelho vai buscá-lo na segunda-feira para levá-lo de volta a Brasília.

DESGASTES

A presença de Haddad em São Paulo se concentrou em fins de semana, mas também incluiu dias úteis, principalmente segundas e sextas-feiras. Em algumas dessas oportunidades, o ministro deu entrevistas em que discutiu assuntos políticos.

Muitos petistas gostariam que Haddad se afastasse logo do governo para se dedicar exclusivamente aos preparativos de sua campanha e evitar que sua imagem sofra desgastes por causa de problemas na gestão do Ministério da Educação.

Ontem, ao participar de um evento do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, Haddad afirmou que se reunirá em breve com a presidente Dilma Rousseff para discutir sua situação.

"Solicitei audiência para tratar deste assunto na semana passada", disse o ministro. A data da reunião ainda não foi definida. Ele admitiu que o PT deseja sua saída do ministério o quanto antes.

"Há efetivamente uma preocupação de antecipar este movimento para que a eu fique mais disponível para conversar com os militantes, com os outros partidos", afirmou Haddad. "É uma preocupação minha também."

Ainda assim, o ministro afirmou que sua permanência no ministério dependerá do que for decidido pela presidente Dilma. "Estou subordinado ao calendário que ela estabelecer", disse.

Colaboraram CATIA SEABRA, de Brasília, e MARIANA CARNEIRO, de São Paulo

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