São Paulo, sábado, 01 de janeiro de 2011

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Reeleitos não cumpriram metas de 2006

Governadores atribuem fracasso na execução de promessas à crise econômica, falta de repasses e até chuva

Maiores falhas são em metas quantificáveis, como a construção de hospitais, e criação de novas vagas de policiais

DE SÃO PAULO
DE SALVADOR
DE RECIFE


Governadores reeleitos em outubro reassumem hoje sem ter cumprido integralmente as promessas feitas na campanha eleitoral de 2006.
A Folha fez um levantamento das principais promessas dos políticos. Há metas genéricas, como redução da pobreza e fim da impunidade, e outras concretas, como construção de hospitais e contratação de policiais.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), reassume sem ter aumentado o número de farmácias populares de 18 para 40, como prometeu. Hoje, são 19 unidades.
A Secretaria da Saúde do Estado apontou outros avanços, como o aumento do número de leitos.
Já o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), prometeu ampliar repasses de programas federais, como o Bolsa Família, com recursos do Estado, o que não ocorreu.
Segundo a assessoria da gestão baiana, o governo federal aumentou os valores, e o Estado passou então a tentar aumentar o número de beneficiados.

HOSPITAIS
Reeleito com o maior percentual de votos no país (82,84%), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), deixou para o segundo mandato a conclusão de um dos três hospitais anunciados em 2006 e três dos cinco novos terminais de ônibus na Grande Recife.
Segundo a assessoria, houve problemas como a crise financeira mundial, a diminuição de repasses federais e as chuvas. Na avaliação do governo, porém, 97% das promessas foram cumpridas.
A governadora Roseana Sarney (PMDB-MA) -que assumiu em 2009, após a cassação do então governador Jackson Lago (PDT)- prometeu montar centros de formação de mão de obra, construir dois hospitais regionais e implantar três ZPEs, a chamada zona de processamento de exportação.
Segundo a assessoria do governo maranhense, a maior parte das metas está ainda em estudo.

POLICIAIS
No Ceará, o governador Cid Gomes (PSB) cumpriu a maioria das promessas. Construiu dois hospitais no interior, deu aumento real aos professores e ampliou o efetivo policial.
Não cumpriu, porém, o compromisso de manter o salário dos delegados na média paga no Nordeste.
Em Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB) reassume hoje o cargo sem ter criado 4.000 vagas de policiais. Foram contratados apenas 900 PMs no período.
A assessoria do governo alagoano disse que a promessa foi feita antes de ele saber de um rombo de R$ 480 milhões no Estado.
O governador André Puccinelli (PMDB-MS) não pavimentou mil quilômetros de estradas, conforme prometido. Fez 524 quilômetros.
A assessoria informou que outros 1.648 quilômetros estão em execução.

SERVIDORES
Com um discurso baseado no tema mudança, Marcelo Déda (PT-SE) não fez promessas quantificáveis, o que torna difícil verificar se foram cumpridas. Ele disse, por exemplo, que ia valorizar os servidores estaduais.
Mas PMs e professores afirmam que a promessa não foi cumprida na íntegra.
Segundo o governo, as reivindicações das categorias nem sempre são as mesmas das da sociedade. (SÍLVIA FREIRE, MATHEUS MAGENTA, FÁBIO GUIBU e LUIZA BANDEIRA)


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