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Após 5 meses, Paz no Campo recebe 6% do recurso previsto
Ministério diz que a verba será maior no segundo semestre
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BRASÍLIA
O programa do governo federal feito unicamente para
impedir conflitos e mortes no
campo, como as quatro que
ocorreram na semana passada na região da Amazônia,
recebeu em cinco meses
5,9% dos recursos anuais autorizados para ele.
Dos R$ 13 milhões que o
Orçamento autorizou para o
programa Paz no Campo, do
Ministério do Desenvolvimento Agrário, até ontem
R$ 772,6 mil foram pagos, de
acordo com o SigaBrasil, site
do Senado que permite
acompanhar a execução orçamentária.
O valor é pouco mais do
que um décimo do que foi pago nos dois anos anteriores
(mais de R$ 6 milhões).
Se mantido o mesmo ritmo
de pagamento, ao final deste
ano o governo terá despendido cerca de R$ 1,8 milhão
com o Paz no Campo.
O valor seria inferior ao
gasto em 2004, ano que antecedeu a morte da missionária
norte-americana naturalizada brasileira Dorothy Stang
no Pará, e quando o programa teve seu menor investimento (R$ 2,6 milhões, corrigidos pelo IGP-M).
O Paz no Campo é administrado pela Ouvidoria
Agrária Nacional e tem quatro pilares básicos: prevenção e mediação de conflitos
sociais agrários, atendimento de denúncias e apoio às famílias acampadas, que estão
à espera de serem beneficiadas pela reforma agrária.
Ele é feito essencialmente
em parceria com as diferentes esferas do poder público
nos Estados.
Graças a essas parcerias
com a Ouvidoria, foram criadas seções judiciárias, delegacias e defensorias públicas
especializadas em questões
agrárias.
O dinheiro do programa,
segundo Carlos Guedes, secretário-executivo-adjunto
da pasta, é usado principalmente para viagens, diárias e
compra de equipamentos.
Ele considera o Paz no
Campo "essencial" para promover a presença do Estado
nos rincões da floresta, e nega que ele esteja sendo contingenciado.
Guedes afirmou que o baixo gasto com ele até agora se
deve à dinâmica de sua gestão, que tende a acelerar no
segundo semestre, quando
há uma definição mais clara
de suas ações concretas.
Segundo Guedes, este ano
deve seguir a média observada em outros, quando a
maior parte do dinheiro do
programa foi de fato paga.
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